Caos na saúde é criticado na Câmara de Itaguaí
Mais uma vez o caos da saúde municipal desencadeou críticas à gestão do prefeito Carlo Busatto Júnior (MDB), o Charlinho, durante a sessão ordinária de terça-feira (5) da Câmara Municipal de Itaguaí (CMI). A revolta da vez foi a enorme fila que se formou na manhã da terça-feira (5) no Centro Municipal de Especialidades (Cemes). Ela se soma às reclamações constantes relacionadas ao atendimento aos pacientes do Hospital Municipal São Francisco Xavier (HMSFX).
No caso do Cemes, centenas de pessoas ficaram horas sob um sol forte, com uma sensação térmica de mais de 40 graus. Elas se submeteram a tamanho sacrifício para tentar agendar uma consulta na rede municipal de saúde. Quem passava pelas imediações da Avenida Prefeito Isoldackson Cruz de Brito não podia deixar de observar a fila que se estendia até a Avenida Itaguaí.
Indignado com a falta de consideração com a população, principalmente na área da saúde, e de quem estava na fila do Cemes, o vereador Ivan Charles (PSB) usou a tribuna para desferir intensas críticas ao prefeito. “Itaguaí está morrendo por causa da omissão do poder público. Olha a situação nesse exato momento no Cemes. Centenas de pessoas, idosos, crianças, pessoas que necessitam fazer exames, se deslocam para a unidade, ainda durante a madrugada, e se deparam com essa situação. Sabe lá Deus que horas essas pessoas conseguiram ser atendidas. Isso é uma vergonha! Já tivemos uma saúde modelo na cidade. Hoje temos um péssimo modelo de falta de saúde”, lamentou o vereador, ressaltando a falta de neurologista e a demora na marcação de ultrassonografia, que dura em média de três a quatro meses. “Na sessão desta quinta-feira (7), vou entrar com um requerimento de informação cobrando explicações sobre o atendimento no Cemes e os motivos que levaram a população sofrer na fila para ser atendida”, completou.
O vereador Genildo Grandra (PDT) também fez duras críticas à atual gestão municipal. “É uma covardia o que se está fazendo com a população de Itaguaí em relação à marcação de consultas lá no Cemes. É uma fila desumana e uma atitude que a gente não consegue entender como o governo consegue assistir uma situação dessa e não fazer nada. Realmente é vergonhoso”, ressaltou Genildo Gandra, lembrando que em 2015, juntamente com o vereador Noel Pedrosa e o ex-vereador e atual secretário de Agricultura e Pesca, Jailson Barboza Coelho, criaram a lei da central de marcação de consulta e agendamento de exames, via internet ou por telefone. “Essa lei foi criada para acabar com as filas, como a que o ocorreu nesta terça-feira. A verdade é que esse prefeito não cumpre nenhuma lei que é votada nesta casa, e que ele deveria cumprir. Hoje, com a tecnologia que temos, as pessoas têm que continuar em filas de 4h até 8h, 9h ou 10h para marcar uma consulta. Até quando nós vamos concordar com esse absurdo? Isso é vergonhoso. Quem pode é deve tomar uma atitude somos nós vereadores”, completou o parlamentar.
A reabertura da UPA, a precariedade do atendimento e a falta de médicos no HMSFX, o funcionamento do tomógrafo, o fechamento de postos de saúde e a falta de medicamentos também foram questionados.
Manifestação por melhorias
Moradores da Ilha da Madeira fizeram uma manifestação pacífica durante toda a sessão desta terça-feira, cobrando melhorias para o bairro. Com faixas, eles cobravam do Poder Executivo mais atenção para os problemas de que a comunidade carece. Numa das faixas estava escrito “os pescadores pedem socorro”; na outra os barqueiros (táxi boat) que fazem a travessia para as ilhas cobravam “SOS Ilha da Madeira: queremos um píer flutuante e chega de pisar na lama”. Na manhã da segunda-feira (4), os moradores fizeram uma manifestação na entrada da Ilha para chamar atenção das autoridades para o descaso com bairro. Eles disseram que uma nova manifestação está prevista para a próxima segunda-feira (11). “Ilha da Madeira é a maior contribuinte de impostos do município que mais arrecada, já que lá abriga dois portos. É o bairro do município que mais arrecada para nossa cidade. A gente percebe é que Itaguaí parou e o prefeito ainda não chegou à Ilha da Madeira”, destacou Genildo Grande, cobrando que o governo acorde.