Prefeito de Seropédica minimiza protesto de servidores por atraso no 13º salário
Em nota, Professor Lucas reconhece manifestação como legítima, mas destaca apoio de servidores que não participaram do ato, enquanto enfrenta denúncias do Ministério Público
Servidores de Seropédica protestam contra atraso no 13º salário
Professores da rede municipal lideraram a manifestação, que realizou nesta segunda-feira (23) passeata da prefeitura à Câmara de Vereadores, denunciando o descumprimento do prazo para o pagamento do benefício. Veja a matéria aqui.
Nota do prefeito destaca apoio de servidores que não protestaram
Em resposta ao protesto, o prefeito Professor Lucas afirmou que a maioria dos servidores “continuou ao lado” de sua gestão, ao ponderar que os acertos superam os erros. A declaração, porém, gerou críticas entre os manifestantes, que interpretaram o posicionamento como uma tentativa de desqualificar o movimento legítimo.
O prefeito também ressaltou que os pagamentos do 13º salário já foram iniciados e garantiu que o município encerrará o ano com todas as obrigações salariais quitadas. “Nada melhor que o tempo”, escreveu o gestor, sinalizando que novidades serão anunciadas nos próximos dias.
Ministério Público denuncia inchaço da máquina pública em ano eleitoral
Enquanto enfrenta protestos de servidores, a gestão de Professor Lucas (PP) também é alvo de uma ação do Ministério Público Eleitoral. A denúncia aponta que, em 2024, a prefeitura contratou mais de 2.500 servidores temporários, dobrando o número de funcionários sem concurso público, o que é interpretado como abuso de poder político e econômico.
O Ministério Público solicitou a cassação dos mandatos do prefeito e de sua vice, Vandréa Furquim, além da suspensão dos contratos firmados neste período. A prefeitura ainda não se manifestou sobre o caso.
Críticas ao posicionamento do prefeito
A nota oficial, embora reconheça o direito à manifestação, causou desconforto ao sutilmente desqualificar os protestantes, contrapondo-os à “grande maioria” dos servidores que, segundo o prefeito, escolheram continuar ao lado de sua gestão. Especialistas apontam que tal abordagem pode enfraquecer o diálogo entre governo e categorias profissionais, especialmente em um momento de alta tensão, como o atraso no pagamento de direitos trabalhistas.