Porto de Itaguaí: Marinha descarta vazamento de óleo em acidente com navio
A Marinha do Brasil emitiu uma nota nesta terça-feira (16) na qual assegura que não identificou danos ao meio ambiente no acidente com um navio mercante no último dia 10. Conforme o comunicado, a embarcação de nome True Conrad teria sofrido uma avaria ao deixar o canal de acesso ao terminal da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no Porto de Itaguaí, na Baía de Sepetiba.
A nota que a Força Armada endereçou à imprensa afirma que, após inspeção no navio, “não foram identificados indícios de poluição hídrica referente a vazamento ou derramamento de óleo, na área, provenientes da embarcação”.
O texto – que não dá detalhes sobre o acidente, nem a embarcação – descreve que o comandante interrompeu a viagem para avaliar uma possível avaria no tanque de lastro (estrutura que contém água e é fundamental para a estabilidade do navio). Por isso, parou nas proximidades do par de boias 1 e 2, que ficam na Ilha Grande, onde a embarcação “se encontra até o momento, estável e sem risco iminente” para a realização dos reparos necessários.
RUMO A SINGAPURA
O ATUAL procurou o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), que informou, também por meio de nota, que a Marinha avisou sobre o acidente apenas na segunda (15), cinco dias após a ocorrência.
Segundo o órgão – que corroborou a informação de que “não houve vazamento de óleo, nem de combustível” – o True Conrad, um graneleiro com bandeira da Libéria, transportava minério de ferro da CSN com destino a Singapura, na Ásia.
Quando saía do Porto de Itaguaí pelo canal de acesso, o navio perdeu o leme ao colidir com o talude (espécie de elevação no terreno subaquático), o que danificou uma parte do casco.
O Inea ressaltou que enviou uma equipe para a baía da Ilha Grande “a fim de realizar uma vistoria conjunta com a Capitania dos Portos” e que notificou a CSN para solicitar esclarecimentos sobre o caso e que “segue monitorando a embarcação”. O Inea também cogita multar a companhia “pela demora de cinco dias no aviso do incidente”.
NOTA DA CSN
Em nota, a CSN não esclarece qual empresa de Singapura seria a contratante do minério de ferro. A companhia apenas explica que a companhia asiática é a “responsável pela retirada do minério do porto e transporte”.
A nota da CSN ainda reforça que o navio não está encalhado, como parte do noticiário informou, mas, sim, parado para a realização de reparos.
REPAROS
A propósito, a Marinha comunicou que os reparos nos tanques de lastro afetados foram concluídos na terça (16). Ainda de acordo com a Força Naval, a próxima etapa será a inspeção interna nos tanques, o que deve ocorrer nessa quinta (18).
A Marinha enfatizou que – além de agentes do Inea – participam das perícias a Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá (DelItacuruçá), que enviou uma equipe de Inspeção Naval, e o Grupo de Vistoria e Inspeção (GVI) da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ).
No pronunciamento, a Marinha afirma que “foram adotadas todas as medidas para que, durante o período de reparo, fossem mantidas a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana no mar e a prevenção à poluição hídrica causada por embarcação”. O texto também destaca que “um inquérito administrativo foi instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades da ocorrência”.
A reportagem enviou à assessoria de imprensa da Marinha algumas perguntas cujas respostas não constam no pronunciamento. Por exemplo, o nome da empresa de Singapura; quem está responsável pelo conserto do True Conrad; e se já há previsão para que o graneleiro retome sua viagem.
Em retorno, o departamento afirmou que “as informações cabíveis à Marinha foram respondidas por nota; outras informações precisam ser verificadas com a proprietária da embarcação”.