Nuclep sai da lista de possíveis privatizações
O presidente Luis Inácio Lula da Silva teve como um dos seus primeiros atos após a posse revogar os processos de privatização de oito estatais, dentre eles o da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), que fica no bairro Brisamar, em Itaguaí.
Fundada em 1975, o objetivo da Nuclep é projetar, desenvolver, fabricar e comercializar equipamentos pesados para os setores Nuclear, Defesa, Óleo e Gás, Energia e outros. A estatal contribui há anos para o desenvolvimento tecnológico do país. A partir de 2011, a Nuclep passou a construir quatro submarinos da Classe Riachuelo, de tecnologia francesa, tipo Scorpène.
Em 2014, entregou o Condensador para a Usina de Angra 3. Em 2019, assinou com a Amazônia Azul Tecnologia de defesa S.A (Amazul) o contrato para confeccionar parte do protótipo do reator nuclear que está sendo desenvolvido pela Marinha do Brasil. O protótipo é um modelo do reator que vai equipar o futuro submarino com propulsão nuclear (SN-BR).
PROTESTOS
A inclusão da Nuclep no pacote de privatizações do governo federal durante a gestão de Jair Bolsonaro gerou uma série de protestos, o mais ruidoso deles dos funcionários da empresa.
Em 2020, a Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) fez uma audiência pública para discutir o assunto. O encontro ocorreu de forma virtual em dezembro daquele ano, com a participação de entidades do setor e do representante da Associação de Funcionários da empresa.
De acordo com notícia publicada no site da Alerj logo depois, houve um consenso entre os participantes: a de que a venda da Nuclep acarretaria prejuízos econômicos e sociais ao estado e ao país.
Agora, com o novo governo, a Nuclep deixa de ser alvo de privatização.