Moradores de Mazomba protestam em frente à Light, em Itaguaí, após dias sem luz
Na manhã desta segunda-feira (18), moradores de Mazomba fizeram uma manifestação em frente à sede da concessionária Light, em Itaguaí. O motivo são as sucessivas faltas de energia na região. Desta vez, foram dias sem luz e sem qualquer resposta da fornecedora.
Cerca de 50 pessoas fizeram um protesto porque o problema no fornecimento de energia no bairro só piora desde 2016. “Aqui falta luz todos os dias. Que seja por 30, 40 segundos, mas falta luz todos os dias. Nas últimas semanas a situação piorou bastante. No início do mês nós chegamos a ficar cinco dias sem luz, com interrupções por longos períodos. Interrupções de até 18 horas. No total foram cinco dias e na última semana, o problema voltou a se repetir. Isso gerou uma revolta nas pessoas”, explicou Alexandre Conrado, secretário executivo do Conselho Comunitário de Mazombinha e Rio Preto.
RESPONSABILIDADES
Durante a manifestação, a concessionária respondeu ao conselho comunitário, por meio de um contato telefônico, que está fazendo o possível para tentar solucionar a questão e que há um problema sério no que se refere à poda de árvores na Estrada de Mazomba. Segundo os manifestantes, a Light chegou a afirmar que é responsabilidade da prefeitura.
Com tal informação, os manifestantes decidiram sair da frente da concessionária e seguiram, em passeata, até à prefeitura. Antes pararam na sede do Ministério Público para pedir à Promotoria de Justiça de Itaguaí que dê um andamento célere ao inquérito civil 033/21, já que esse documento, que pede apuração do problema, veio da Primeira Tutela Coletiva de Angra dos Reis e está na Tutela Coletiva de Itaguaí. O grupo chegou à prefeitura e foi encaminhado a uma reunião com a Secretaria de Obras, que teria deixado claro que prefeituras não podem realizar podas em árvores perto de rede energizada de alta tensão. Ainda assim, a Prefeitura de Itaguaí teria se comprometido em realizar uma comunicação com a Light para ajudar na solução do problema.
PROBLEMA ANTIGO
De acordo com Alexandre Conrado, desde 2016, já há vasto material de reclamação à Light, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), à Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), à Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara de Itaguaí e também ao Ministério Público (MP), onde está em andamento um inquérito civil desde 2018, que apura as responsabilidades da Light.
“Gostaria que virasse uma ação civil pública, para tornar público o descaso da Light e fazer nossos anseios serem atendidos. A gente não agüenta mais passar as noites no calor, matando mosquito, sem ventilador, sem ar-condicionado e às escuras por total desleixo, culpa da Light, quando as contas estão todas em dia”, declara Alexandre Conrado.
CÂMARA, PREFEITURA E LIGHT
Em sessão ordinária realizada na Câmara de Vereadores de Itaguaí, em 22 de março, os edis falaram do problema no fornecimento de água e luz em bairros como Chaperó e Mazomba. Afirmaram que já convocaram os representantes das concessionárias, mas que foram ignorados solenemente. Por conta disso, o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, vereador Jocimar do Cartório (PTC), sugeriu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o motivo de serviços de fornecimento de energia e abastecimento de água não estarem sendo realizados com qualidade no município de Itaguaí.
O ATUAL entrou em contato com a Comunicação da Câmara, por meio do Whatsapp, para saber se a Comissão de Defesa do Consumidor já tomou alguma medida efetiva desde a sessão ordinária do dia 22 de março. Mas a resposta foi a de que, pelo menos por enquanto, ainda não há qualquer comissão aberta para apurar as responsabilidades das concessionárias.
O ATUAL também entrou em contato com a Prefeitura de Itaguaí e com a Light, mas até a publicação dessa matéria não havia qualquer resposta.
Enquanto isso, os moradores de Mazomba seguem lutando na escuridão, tateando pelo apoio das autoridades e tendo que lidar com a falta de respostas da empresa que presta um serviço público sem qualquer qualidade e com total descaso.