CONFIRA A VERSÃO DIGITAL DA REVISTA "ITAGUAÍ 206 ANOS"!

Clique aqui e leia

Informações e reflexões sobre a realidade de Itaguaí

A convite da Aciapi, ex-deputado Alexandre Valle fala sobre intervenções federais em Itaguaí e defende fortalecimento de instituições nas relações com o governo municipal

À primeira vista seria apenas uma prestação de contas de um político que até pouco tempo atrás representava Itaguaí e região em Brasília e onde mais a força de um mandato parlamentar permite. Mas a conversa com o ex-deputado federal Alexandre Valle, na terça-feira (11), com integrantes da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Itaguaí (Aciapi), foi além e acabou se transformando numa pequena mesa-redonda sobre as perspectivas de um esperado crescimento econômico por meio da atração de novas empresas para a cidade.   

A interpretação que se viu do encontro é a de que existem amarras oficiais que impedem o avanço da cidade, especialmente sob um governo que vive numa ameaçadora corda-bamba, com a possibilidade de a qualquer momento ser abatido por força de decisões judiciais. Outro problema que contribui para a estagnação econômica que vive Itaguaí, mesmo com o grande potencial que a cidade tem para crescer, é a falta de diálogo, o que ilustra com clareza a considerável distância que há entre forças vivas da sociedade e uma administração não afeita ao debate com a sociedade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Numa realidade em que as instituições são permanentemente mantidas à distância por um governo alheio a críticas, ainda que construtivas, fica difícil imaginar em Itaguaí a materialização do provérbio segundo o qual “da discussão nasce a luz”. Uma das receitas apresentadas por Alexandre Valle para que a cidade saia dessa espécie de marasmo participativo é o fortalecimento das instituições. Esse esforço, reconhecido como essencial pelo próprio anfitrião, o presidente da Aciapi, Marcos Praxedes, passa necessariamente pela maior participação de cada um dos integrantes das diversas instituições em suas próprias reuniões.

No que se refere especificamente aos negócios, um dos pontos de partida desse diálogo voltado para a construção de um futuro com maior prosperidade é a urgente mudança de postura de um governo que, segundo Praxedes, mantém cerca de 1,5 mil alvarás sem liberação, isso porque, segundo uma informação a que o ATUAL teve acesso, esse documento não chega às empresas sem a autorização do próprio prefeito, num evidente caso de burocracia; na melhor das hipóteses. Aproveitando o ensejo, Alexandre Valle citou um instrumento que pode contribuir para um nó górdio como esse seja mais facilmente desatado. Segundo ele, uma lei já determina que a prefeituras não podem passar mais de 90 dias sem justificar o porquê da não liberação de um alvará.

“A receita é fortalecer as instituições para viabilizar a cidade”

Durante sua fala, focada na necessidade de instituições mais fortes e participativas, Alexandre Valle citou como exemplo o que vivenciou numa solenidade na Câmara Municipal de Pádua, onde foi homenageado numa solenidade em que todos os que o antecederam faziam entusiásticas referências a uma professora que, depois soube, era representante da Academia Paduana de Letras. “Isso é uma demonstração de força da instituição, o que não acontece aqui em Itaguaí. Aqui as instituições como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a Associação Comercial, a Maçonaria, o Rotary e a OAB foram enfraquecidas; não participam de eventos oficiais da prefeitura. Elas precisam governar junto com a municipalidade, mas não são nem convidadas”, disse Valle.

Dizendo-se inspirado em exemplos de cidades como Miguel Pereira e Mesquita, cujos prefeitos facilitam a chegada de novos empreendimentos, Valle se entusiasma com a ideia de condomínios empresariais que, segundo ele, devem ser viabilizados na base de concessão da área com prazo para a construção. Citando o exemplo de um caso em Itaguaí, com cujos proprietários disse já ter conversado, ele resumiu a ópera. “Já chegamos ao fundo do poço. Está na hora de voltar. Acredito na Capacidade de a cidade se reerguer porque ela é muito maior do que isso que está aí”, concluiu, sob a concordância do ex-diretor de Portos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Itaguaí, Wilson Rodrigues de Souza, que como empresário vê que Itaguaí está perdendo terreno na corrida com o Porto do Açu, em São João da Barra, no que se refere a investimentos como uma zona de processamento de exportação. “Precisamos que os nossos políticos estudem mais esse tipo de assunto”, emendou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
FOTO REPRODUÇÃO
PORTO DO Açu: esforço político para viabilizar área de apoio logístico foi citado como referência

Investimentos ainda a caminho

Para além das reflexões que marcaram uma etapa da reunião, Alexandre Valle falou sobre feitos de seu mandato e de iniciativas que continuam merecendo sua atenção. “Tudo que deixei plantado vou dar prosseguimento”, disse ele, citando suas emendas destinando verbas para ações na área de saúde em Itaguaí, que, aliás, não foram utilizadas. Valle disse ainda que há no orçamento R$ 160 milhões destinados às obras de dragagem do Porto de Itaguaí, para providências como a retira de uma pedra nas proximidades da boia 5, que impedem os navios de atracarem com sua plena capacidade de carregamento. Como resultado, há o encarecimento do frete.

Uma recente preocupação que atordoa a cidade diz espeito à possibilidade de fechamento da agência da Receita Federal, mas o ex-deputado garantiu que depois de uma ida a Brasília tem a convicção de isso não será confirmado, apesar da decisão do governo de reduzir uma centena desses postos de atendimento. Ele também comemorou conquistas como a agência do INSS, o viaduto Gilson Gênio e as obras na entrada da cidade.   

Valle também falou sobre visita que o governador Wilson Witzel fez recentemente à Nuclep, num esforço para que haja a redução do ICMS pago pela empresa, como forma de incrementar suas atividades, abrir novos mercados e, assim, garantir mais empregos. Outra novidade a que o ex-deputado se referiu é o andamento do projeto de ligação de Itaguaí a Santa Cruz por veículo leve sobre trilhos, iniciativa que ganhou impulso com a chegada de Delmo de Pinho à Secretaria de Estado de Transportes, já que ele é um antigo entusiasta da ideia.

Quanto ao viaduto de Chaperó, Valle informou que durante seu mandato destinou R$ 2,5 milhões para a obra, mas esses recursos não foram usados porque, à época pendurada na prestação de contas junto ao Governo Federal, a prefeitura de Itaguaí não pode ter acesso ao dinheiro. Ele assegurou, no entanto, que a empresa MRS Logística já desenvolveu e aprovou o projeto, o que o motivou a fazer gestões junto à Casa Civil para a liberação de recursos e licitação da obra, ainda sem prazo para se tornar realidade.

FOTO RENATO REIS
ALEXANDRE VALLE: foco em projetos e desejo de mais engajamento de instituições

Redação

O Jornal Atual atua desde 2001 nas cidades de Itaguaí, Mangaratiba e Seropédica, bem como em parte da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, abordando o cotidiano da região e prestando serviço à comunidade da qual está inserida.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com