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Governo do Estado lista desafios para volta da ligação ferroviária entre Itaguaí e Santa Cruz

O Atual já havia abordado o assunto em 2021: a ligação ferroviária entre Santa Cruz (na zona oeste da capital) e Itaguaí traria muitos benefícios, principalmente econômicos. O assunto voltou ao debate, mas, infelizmente, não para que houvesse enfim o anúncio da retomada do ramal, e sim para reforçar a imensa dificuldade que será a execução do projeto.

LEIA O QUE O ATUAL PUBLICOU SOBRE O ASSUNTO EM 2021:

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https://jornalatual.com.br/itaguai/ligacao-entre-itaguai-e-santa-cruz-por-linha-ferrea-existe-apenas-como-projeto-e-promessa/

A Prefeitura de Itaguaí enviou em março deste ano um ofício à Secretaria Estadual de Transportes (Setrans) sobre a retomada da operação de passageiros entre Itaguaí e Santa Cruz. De acordo com o documento, o ramal tem papel fundamental na economia do Estado, em especial na região da Zona Oeste e parte da Baixada Fluminense.

O ofício cita o estudo que a Firjan realizou em 2021 e que o Atual mencionou na matéria publicada no mesmo ano. Segundo a pesquisa, em média o cidadão de Itaguaí perde cerca de duas horas por dia para ir e voltar de casa ao trabalho. Isso significa que essas pessoas também estão mais suscetíveis a desenvolverem problemas de saúde, causados principalmente pelo estresse. A implementação da linha férrea é uma das soluções que os especialistas apontam para desafogar o trânsito e amenizar o problema.

No ofício de 2023, a prefeitura alega que haveria também como benefício o fortalecimento dos polos industriais dos Municípios de Itaguaí, Japeri, Mangaratiba, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados e Seropédica, além de potencializar o turismo na região da Costa Verde.

A estação de trem de Itaguaí, inaugurada em 1910, está desativada desde a década de 1990.

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Há estudos de viabilidade econômica que datam de 2021, mas pouco avanço houve desde então.

DESAFIOS

A importância do ramal de passageiros entre Santa Cruz e Itaguaí é indiscutível. O mesmo não se pode dizer quanto aos desafios e entraves da retomada do trecho de cerca de 16 quilômetros.

A resposta da Setrans à prefeitura de Itaguaí, enviada em abril deste ano, deixa claro: tornar realidade o trânsito de passageiros pela via férrea no trecho em questão é, hoje em dia, muito difícil.

A prefeitura comentou: “(…) fomos informados da inviabilidade momentânea desse projeto. É sabido por todos das dificuldades enfrentadas pelo governo do Estado nesta operação com a então Supervia, empresa que opera os serviços de trens no Estado, e, uma das alegações é o alto custo dos investimentos necessários para a retomada de operação neste ramal”.

TRECHOS DISPENDIOSOS

Segundo o documento da Setrans enviado à prefeitura, há problemas de diferentes tipos que contribuem para o encarecimento da operação de retomada.

O primeiro trecho – de 1,22 mil metros em linha reta – está ocupado por ruas e casas, e seria preciso empreender uma série de modificações urbanas e desapropriações.

O segundo trecho – 2,23 mil metros – passa por dentro da base Aérea de Santa Cruz, o que exigira negociações com a Aeronáutica.

Um terceiro trecho coincide com uma linha ferroviária da MRS: mais negociações se fazem necessárias.

O documento inclui na lista também a reconstrução de uma ponte sobre o Rio Guandu.

Um quarto e quinto trechos, que totalizam 4,89 mil metros, demanda muitas melhorias e adequações.

O Atual solicitou mais detalhes à Setrans, mas não obteve resposta.

Quanto à Prefeitura de Itaguaí, restou a seguinte promessa: “(…) continuaremos buscando uma forma de viabilizar a retomada desta operação, em benefício da população do Município de Itaguaí.

Jupy Junior

Jupy Junior é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) com Mestrado em Comunicação pela mesma instituição. Atuou em diversas empresas jornalísticas e como assessor de imprensa. Recebeu o título de cidadão itaguaiense, concedido pela Câmara Municipal de Itaguaí, em 2012. Lecionou em cursos de graduação em Comunicação Social nas Universidade Estácio de Sá (UNESA) e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Foi subsecretário de Comunicação Social e Eventos na Prefeitura Municipal de Mangaratiba em 2016. Atuou como Editor Executivo do Jornal Atual entre 2012 e 2015 e é Diretor de Jornalismo do Jornal Atual desde 2021.

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