Criação de abelhas sem ferrão ajuda a preservar a Mata Atlântica
A iniciativa visa promover a educação ambiental e fomentar a biodiversidade, preservando esses polinizadores essenciais
As abelhas sem ferrão, também conhecidas como meliponídeos, são dóceis e fáceis de manejar. Além disso, produzem um mel de qualidade excepcional. No Parque Estadual Cunhambebe (PEC), foi implantado um meliponário com várias espécies nativas. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) instalou um meliponário na sede do Parque Estadual Cunhambebe, em Mangaratiba. A iniciativa, dessa forma, visa promover a educação ambiental e fomentar a biodiversidade, preservando esses polinizadores essenciais. O mel, o pólen e o própolis produzidos têm grande valor econômico.
As abelhas nativas sem ferrão pertencem ao grupo dos meliponídeos. Embora possuam ferrão, ele é atrofiado e não funcional, o que as torna seguras para aproximação. Essas abelhas são fundamentais para a polinização de muitas plantas, incluindo culturas agrícolas de valor econômico. Segundo Ivan Cobra, gestor do PEC, o meliponário busca conscientizar sobre a importância das abelhas nativas, incentivando práticas ambientais sustentáveis.
Além dos benefícios ecológicos, o projeto oferece oportunidades econômicas. A venda de colmeias e a produção de derivados podem gerar renda, especialmente para pequenos produtores. A preservação da fauna e flora, combinada com a educação ambiental, beneficia alunos e visitantes.
Espécies
O meliponário do PEC abriga cinco espécies diferentes de abelhas nativas sem ferrão. As espécies são Uruçu-amarela (Melipona mondury), Manduri-carioca (Melipona marginata), Mirim (Plebeia droryana), Jataí (Tetragonisca angustula) e Mandaçaia (Melipona quadrifasciata anthidioides).
Riqueza Nutritiva e Propriedades Medicinais
O mel das abelhas sem ferrão é inegavelmente considerado um superalimento. Possui propriedades únicas e um sabor diferenciado, oferecendo diversos benefícios à saúde e à gastronomia. Além disso, a polinização eficiente dessas abelhas impacta positivamente os ecossistemas. Entre os benefícios estão:
- Mercado garantido para o mel;
- Transformação social, cultural, econômica e ecológica das comunidades envolvidas;
- Produção de mel, geoprópolis, cera e pólen de excelente qualidade;
- Mel com menor teor de açúcares e sabor mais valorizado;
- Fonte de energia, rica em carboidratos como frutose e glicose;
- Fornecimento de minerais essenciais como potássio, magnésio e cálcio;
- Fonte de vitaminas do complexo B, importantes para o metabolismo e sistema nervoso.
Capacitações
Como parte do projeto, portanto, há capacitações anuais para as comunidades locais, incluindo quilombolas, agricultores familiares e representantes das Secretarias Municipais de Agricultura. Essas capacitações combinam teoria e prática sobre a criação e manejo de abelhas nativas sem ferrão.
Parceria
O PEC, em parceria com a empresa Vale, implantou, por fim, um meliponário moderno na sede do Parque através do Acordo de Cooperação Nº 01/2020. Esse meliponário, sendo assim, serve como apoio para as ações de educação ambiental, destacando a importância dos polinizadores na natureza e os serviços ambientais prestados pelas abelhas meliponídeos nas áreas ao redor da unidade de conservação.
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