Charlinho acusado de assediar sexualmente mulheres que lhe pediam emprego
Durante sessão, vereador denuncia que recebeu depoimentos de mulheres que receberam propostas sexuais quando foram pedir trabalho na prefeitura
GRAVE ACUSAÇÃO
Não bastasse a ameaça de perder o mandato mediante a aceitação, pela Câmara Municipal de Itaguaí (CMI), de abertura de uma Comissão Processante, o prefeito Charlinho recebeu, durante a sessão de terça-feira, uma das mais graves denúncias contra a sua trajetória política, dessa vez para além das decisões relativas à administração pública propriamente dita.
Da tribuna da CMI, o vereador Gil Torres denunciou que recebeu informações de que o prefeito Charlinho teria assediado sexualmente mulheres que lhe procuravam para pedir emprego. Segundo o parlamentar, são várias as mulheres que podem testemunhar contra o prefeito numa prática que atualmente mobiliza o Brasil, e que ganhou enorme repercussão no Carnaval através da campanha contra a importunação sexual.
Gil Torres garantiu que dispõe de farto material para comprovar as acusações. Disse ainda que recebeu mensagens de texto e de áudio, enviadas às mulheres por Charlinho via whatsapp, em gravações que podem implicar seriamente o prefeito. Ele também afirmou que encorajou as vítimas a procurarem o Ministério Público para denunciar mais essa arbitrariedade do prefeito. “As pessoas acabam desistindo da tentativa de conseguir trabalho por não se submeterem ao assédio do prefeito. Elas têm receio, mas disse-lhes que devem procurar o Ministério Público”, assegurou o vereador ao ATUAL.
Revoltado com a situação, Gil Torres lembra que a acusação de assédio sexual é mais uma notícia que compromete indelevelmente a administração Charlinho. “Acho isso uma vergonha. Não vou falar que ele é o lúcifer, mas as pessoas estão morrendo no hospital; está parecendo que ele veio para destruir a cidade, que fica com uma imagem muito ruim”, indignou-se Gil Torres, acrescentando que pretende apresentar um requerimento de informações para saber quantos homens e mulheres figuram no quadro de comissionados e quais os critérios determinantes para a contratação desse pessoal.
Por fim, Gil Torres insistiu que as mulheres que eventualmente foram vítimas de assédio por parte do prefeito não devem se sentir constrangidas, que devem revelar o ocorrido para pessoas próximas, além de procurar o Ministério Público para denunciar. “E é bom que ele saiba que eu não tenho medo dele”, sustentou.