Boa nota para a conservação
“Mãe, por que a senhora não pega sua cama e leva para a escola?” O misto de cobrança e ironia pronunciado pelos filhos da professora Zélia Maria Corrêa, diretora da Escola Estadual José Maria de Brito, dá bem a ideia do apego que ela tem ao seu ambiente de trabalho. Com todo esse carinho pelo estabelecimento de ensino que dirige há 12 anos, a professora Zélia não gostou nada de ver estampada no ATUAL a matéria intitulada “Escolas estaduais que pedem socorro”, da série “Para cobrar dos candidatos”, que o jornal vem publicando com o propósito de enriquecer o debate alusivo às eleições de outubro próximo. Com isso, convidou a reportagem para mostrar que, em seu interior, a escola não exibe o cenário de decadência presente em muitos estabelecimentos de ensino da rede estadual localizados na região.
De fato, a Escola Estadual José Maria de Brito (EEJMB), de Itaguaí, vem passando por uma série de melhorias em sua infraestrutura, com o uso de recursos de uma verba extra, liberada pela Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) desde março de 2018. Com esses recursos, a unidade vem ganhando melhorias como pequenos reparos, reforma no auditório e nos banheiros e pintura de salas. Na próxima semana, inclusive, a força-tarefa que cuida da conservação da escola vai iniciar a reforma do refeitório como mais uma etapa das melhorias previstas.
Com 600 alunos matriculados no ensino médio, divididos em três turnos, a EEJMB possui oito salas de aula, auditório, salas de informática, da coordenação, da orientação educacional, da direção e dos professores, além de refeitório e uma quadra. Os ambientes fechados são todos climatizados. Para manter toda essa estrutura funcionando e em estado de conservação adequado, a professora Zélia faz do diálogo permanente a sua principal estratégia, não apenas com os alunos, mas com instâncias como o conselho de país e o grêmio estudantil.
Com 51 anos de existência, a EEJMB é uma das mais procuradas da cidade por causa de sua localização estratégica, em frente à Rodoviária de Itaguaí. A anunciada construção de um novo prédio ainda não saiu do papel, mas enquanto essa novidade não se torna realidade a professora Zélia não desanima e trabalha na qualificação dos alunos por meio de iniciativas como um programa emergencial que une o Governo Federal e o Governo do Estado na oferta de oficinas de português, matemática, dança e fotografia. Com isso ela colhe resultados como a classificação de alunos na concorrida Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.
No dia da visita à escola, a reportagem, constatou o vaivém de alunos às voltas com a preparação de uma mostra de talentos que seria realizada no dia seguinte. Falando sobre o futuro, a professora Zélia não escondeu a satisfação ao mostrar um jardim suspenso construído pelos alunos, abrindo caminho para outra ideia – a de construção de uma horta em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “Somos uma escola ativa”, resume a professora Zélia, que no final da entrevista lamentou a existência de uma depressão numa das pistas da Rua Deputado Octávio Cabral, que acumula água e lama bem em frente à escola. Com isso, a água da chuva empoçada acaba sendo jogada no muro da escola, criando um aspecto desfavorável para quem observa de fora. A diretora conta que uma deficiência de iluminação na rua foi contornada com a compra de um refletor. Mas a depressão na rua ela ainda espera providências da Secretaria Municipal de Obras.