Parecer contra Charlinho e Abeilardinho será votado hoje na Câmara
Esta sexta-feira, 3, testemunhará ocasião inédita na Câmara Municipal de Vereadores (CMI) de Itaguaí com o andamento da Comissão Especial Processante (CEP) que apura denuncia de nepotismo contra o prefeito Carlo Busatto Júnior, o Charlinho (PMDB), e seu vice Abeilard Goulart de Souza Filho, o Abeilardinho (PMDB). Quatro suplentes foram convocados para assumir a função de vereador para ocuparem os lugares de Reinaldo do Frigorifico (PR) e Haroldinho Jesus (PSDB), que também estão envolvidos diretamente na denúncia, de Waldemar Ávila (PHS) que, apesar de ser oposição ao governo, é cunhado de Abeilardinho, e do presidente da Casa, Rubem Vieira (PODEMOS), que se beneficiaria caso confirmasse a cassação, pois assumiria a prefeitura no caso do afastamento do prefeito e do vice.
O vereador Fabinho Rocha (PV) também foi denunciado na CEP, mas atualmente está licenciado da Câmara por exercer a função de secretário.
O dia na Câmara de Vereadores começa às 17h com a posse dos suplentes Juninho Assis (PSDB), no lugar de Haroldinho, Ronei Reis (PR), no lugar de Reinaldo, Jocimar do Cartório (PHS), no de Waldemar e Valtinho Almeida (PTN), no lugar de Rubem. Este último é o único que já assumiu outras vezes a função de vereador e em ocasiões similares a esta.
Depois da posse, às 18h, começa a sessão extraordinária na Câmara, sob a presidência do vereador Noel Pedrosa (AVANTE), que irá votar sobre o relatório preliminar da comissão, composta por Prof Willian Cezar (PSB), como presidente, Gil Torres (PODEMOS), relator, e Robertinho (PMDB), membro.
A decisão dos vereadores será por maioria absoluta (nove votos) e irá definir se há elementos suficientes para prosseguir com a CEP. Sendo aprovada a denúncia, a próxima fase será de incluir documentos e ouvir testemunhas.
SAIBA MAIS SOBRE A CEP
A Câmara de Itaguaí aprovou o recebimento da denúncia contra o prefeito o Charlinho e o vice Abeilardinho, no dia 5 de dezembro, por seis votos favoráveis e cinco contrários. A decisão deu origem à abertura da quarta Comissão Especial Processante (CEP) contra o prefeito em 2019. O pedido de abertura de CEP foi protocolado no dia 26 de novembro pela servidora municipal Hellen Oliveira Senna, que é dirigente do Movimento Unificado dos Servidores de Itaguaí e do Sindicato Municipal dos Servidores da Saúde, com base em reportagem noticiada pela TV Globo. De acordo com a denúncia, que conta com mais de 100 páginas, há quase uma centena de pessoas que podem estar envolvidas na prática de nepotismo na Prefeitura de Itaguaí.
A votação do parecer que acatou a denúncia foi nominal, mas três vereadores não puderam votar – Fabinho, Haroldinho e Reinaldo – porque seus nomes estão citados no documento que denuncia o nepotismo, ou seja, eles também estão supostamente envolvidos na prática de nomear parentes para privilegiados postos na administração municipal e o vereador Waldemar Ávila também ficou impedido de votar, já que o parlamentar tem parentesco com vice-prefeito Abeilard Goulart.
Portanto, dos 16 parlamentares presentes, apenas 11 vereadores estavam aptos a votar. A exceção era o presidente, que tem o voto de minerva, o que não foi o caso por se tratar de votação que exigia maioria simples. O vereador Ivan Charles (PSB) não compareceu à sessão. Votaram a favor do prosseguimento da denúncia os vereadores André Amorim (PR), Gil Torres, Genildo Gandra (PDT), Noel Pedrosa, Vinícius Alves (PRB) e Willian Cezar. Do outro lado, manifestaram-se contrários os vereadores Carlos Kifer (PP), Minoro Fukamati (PSD), Nisan Cesar (PSD), Roberto Lúcio Espolador Guimarães e Sandro da Hermínio (AVANTE).