Prefeitos de Itaguaí e Rio cobram que nova estatal energética tenha sede no RJ
O prefeito de Itaguaí, Rubem Vieira, reagiu ao governo federal contra a instalação de uma nova estatal energética em Brasília. Ele foi acompanhado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que também é contra a medida. A ideia dos dois mandatários é que a nova empresa de energia nuclear tenha sede no estado do Rio de Janeiro e, para isso, fizeram contatos com deputados federais, senadores e o governador Claudio Castro.
Em sua página no Facebook, o Doutor Rubão publicou que “Ter essa nova estatal controladora da Eletronuclear criada pelo governo federal é de suma importância para o Estado do RJ e para Itaguaí. Nossa cidade participa do projeto nuclear brasileiro, construindo peças para as usinas, torres de transmissão e, em breve, o novo submarino nuclear brasileiro”, explicou o gestor municipal.
O mesmo foi feito pelo prefeito Eduardo Paes. Ele postou em seu Twitter que o Rio é a capital da energia em nosso país: “Sediar essa nova empresa em Brasília é um absurdo sob qualquer aspecto. Tenho certeza que nosso governador Claudio Castro e os senadores Carlos Portinho, Romário Faria e Flávio Bolsonaro não deixarão esse absurdo prosperar”, disse Paes. O próprio senador Carlos Portinho respondeu ao prefeito e afirmou que a nova empresa terá sede no Rio.
ENTENDA A POLÊMICA
No último domingo (12), o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que cria uma empresa estatal para atuar na área de energia nuclear, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. A criação da estatal está prevista na lei que viabiliza a privatização da Eletrobrás, a maior empresa de energia elétrica da América Latina.
A lei, originada em uma medida provisória enviada pelo governo ao Congresso Nacional, foi sancionada por Bolsonaro em julho. A partir dela, uma nova estatal controlará a Eletronuclear, empresa responsável pelas usinas nucleares brasileiras. Sediada em Itaguaí, a Nuclep também é parte fundamental do setor.
CRISE HÍDRICA
Diante da crise hídrica enfrentada pelo país, entrou no debate nacional se outras matrizes energéticas devem ser colocadas à disposição do parque brasileiro. Isso porque atualmente 70% é feito por meio de hidrelétricas, e com o baixo índice de chuvas, o nível dos rios estão numa baixa histórica, o que dificulta o preenchimento dos reservatórios.
No último dia 31 de agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária, chamada “escassez hídrica”, que tem um valor extra de R$ 14,20 pelo consumo a cada 100 quilowatts-hora. Com a energia mais cara, o impacto é direto no bolso dos consumidores e nos custos para setores como agricultura, indústria e serviços.