Paciente que teve suspeita de Varíola do Macaco obteve diagnóstico de doença rara
Rayssa Barbosa da Silva Noronha, a moradora de Itimirim (Coroa Grande) que alarmou a cidade inteira pela suspeita de ter contraído Varíola do Macaco, disse hoje em uma live transmitida em rede social que está com Síndrome de Sweet, uma doença dermatológica conhecida também pelo nome “dermatose neutrofílica febril aguda”. Segundo ela, um médico do Hospital Municipal São Francisco Xavier foi quem lhe deu o diagnóstico.
Rayssa teve alta do hospital, onde esteve isolada, na segunda–feira (27). Ela disse também que aguarda o resultado de uma biópsia para confirmar o diagnóstico, o que deve acontecer na próxima semana. “Eu quis esperar o resultado de mais esse exame, mas resolvi já contar do diagnóstico para tranquilizar as pessoas que têm acompanhado o meu caso”, disse ela ao ATUAL, por WhatsApp, na noite desta quarta-feira (29).
A paciente disse que se sente bem melhor e sua aparência no vídeo é bem diferente daquela que ela exibiu em outras lives: parece realmente mais disposta e quase não se vê a manifestação da doença na sua pele do rosto, do pescoço e das mãos.
Rayssa vai, é claro, continuar o tratamento. Ela aproveitou para agradecer à equipe que a atendeu no hospital municipal e todas as pessoas que torceram pelo seu restabelecimento. Além disso, mandou um recado para os que a criticaram: “quero ver passar pelo que passei, ficar isolado no hospital sem ver a família”, disse ela.
SOBRE A DOENÇA
Dermatose neutrofílica febril aguda, também denominada Síndrome de Sweet, é um processo reativo caracterizado pelo início abrupto de pápulas e nódulos vermelho-púrpura, dolorosos, que coalescem para formar placas. As placas geralmente ocorrem nas extremidades superiores, face ou pescoço.
Inicialmente descrita em 1964 por Robert Sweet, a doença geralmente ocorre em mulheres jovens depois de uma doença respiratória leve, até um processo neutrofílico mais agressivo, que pode estar associado com outras doenças inflamatórias ou malignidades. Na verdade, as lesões podem ser os primeiros indícios de um distúrbio e devem suscitar uma investigação mais aprofundada. A variante induzida por drogas decorrente da administração de vários medicamentos tem sido reconhecida, e uma gravidez associada também foi relatada.
Em geral, o tratamento da Síndrome de Sweet é eficaz e para tanto o paciente recebe corticosteróides orais. Sem tratamento, a síndrome pode persistir durante semanas ou meses e, em seguida, melhorar sem deixar cicatrizes. Recorrências são comuns. Em casos raros, surtos de lesões reaparecem e a condição persiste indefinidamente. A doença não é contagiosa.