O necessário reforço à segurança para o combate à criminalidade

SEGURANÇA Entre tantas mazelas que proliferaram durante as mais recentes administrações estaduais, sob a leniente contemplação do Poder Legislativo, está a quase falência das políticas de segurança pública, que só fortaleceu o crime organizado e seus tentáculos, que assim se espraiaram para outras regiões em que o policiamento é mais fragilizado e, portanto, onde as ações criminosas tornam-se de mais difícil combate.
As chamadas unidades de polícia pacificadora, apresentadas como uma inovadora solução destinada a apaziguar a tensão das favelas que se espalham pela capital acabaram se tornando uma dupla decepção, pois não apresentou as soluções esperadas de modo a acabar com os conflitos que tanta inquietude traz para diversas comunidades e, por outro lado, espantou para cidades vizinhas ao Rio e até mesmo do interior grupos de criminosos que passaram a impor o terror em locais antes considerados tranquilos.
As cidades de Itaguaí e Seropédica iniciaram, em diferentes momentos, movimentos destinados a atrair para seus territórios um batalhão da Polícia Militar, iniciativa considerada fundamental para fazer frente ao crescimento de ambos os municípios e de toda a região, como impacto de gigantescos empreendimentos direcionados para ambos os municípios e região, que viu também nascer novos complexos habitacionais e o acentuado crescimento de suas populações.
A construção do batalhão da PM na região foi alvo de diversos encontros de autoridades locais com o alto comando da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e do próprio estado, com o governador Luiz Fernando Pezão acenando, em mais de uma oportunidade, como favorável à ideia. A prefeitura DE Seropédica chegou até a anunciar a doação de terreno para a construção. Esses esforços, no entanto, não saíram do terreno das boas intenções.
Para além da construção de uma nova sede destinada à PMERJ na região faz-se também necessário o reforço nos efetivos das polícias Civil e Militar. Com poucos homens à disposição, os comandantes das companhias locais encontram um desafio a mais em suas rotinas na hora de organizar as escalas de policiamento, uma vez que nas já reduzidas equipes ainda há baixas justificadas por folgas e licenças médicas, por exemplo, o que prejudica consideravelmente o policiamento ostensivo.
O maior investimento também é fundamental para garantir melhor atendimento à população. Um dos problemas motivados pela falta de recursos é a falta de material para uso de rotina, até mesmo necessidades das mais básicas, como, por exemplo, resmas de papéis para impressão de boletins de ocorrência. A falta de conservação das unidades locais é igualmente visível, com instalações mofadas, fiações elétricas à mostra. Há que ressaltar que isso acontece numa região que se torna cada vez mais estratégica pelo seu potencial logístico, pela sua condição de sede das mais novas bases da Marinha do Brasil e pela importância que seu complexo portuário adquire com o passar dos anos.
RENATO REIS
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