Guilherme ‘Cachorrão’ vira a chave para a maratona aquática
Após bater o recorde sul-americano nos 400m livre nas Olimpíadas de Paris, brasileiro se despede dos jogos tentando medalha nos 10km em águas abertas
Foram dias intensos nas piscinas de Paris. Da frustração pela não conquista da medalha nos 400 metros livres, à resignação pela não classificação à final dos 800m e do revezamento 4×200, ficou a felicidade pelo recorde sul-americano nos 400m, o carinho e apoio recebido por milhares de atletas e fãs e as forças mais do que renovadas para o ciclo olímpico até Los Angeles-2028. A história de Guilherme “Cachorrão” Costa na Olimpíada, no entanto, ainda está longe de acabar. Mais precisamente, faltam 10 quilômetros.
No próximo dia 9 de agosto, Guilherme será o único representante da natação brasileira a disputar a categoria masculina da maratona aquática, que já consagrou Ana Marcela Cunha com o ouro nos Jogos de Tóquio-2021. A oportunidade de disputar os 10 km das águas abertas surgiu devido a uma regra extraordinária estabelecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Se um país não tiver um representante na prova, permite-se que nadadores com índices nos 800 metros e 1.500 metros na piscina se inscrevam. Até lá, contudo, o brasileiro já sabe o que fazer: treinar, treinar e treinar.
Guilherme analisa desempenho na piscina
“Em resumo, quero aproveitar os dias entre a piscina e a maratona para subir meu volume de treino novamente. O foco agora é chegar à maratona na minha melhor forma. Não tive praticamente nada de treino. Eu sei que aguento nadar a prova e vou conseguir. A única preparação que faço é tentar observar um pouco. Minha maior dificuldade é me posicionar melhor na prova. Quando nadei uma Copa do Mundo, senti isso. Liderei quase a prova inteira e, no final, acabei sentindo muito, acho que por me posicionar mal. Sempre havia alguém do meu lado, aproveitando meu vácuo, e eu fui cansando. O principal é saber se posicionar bem, porque é uma prova muito imprevisível. Se eu estiver no pelotão da frente no final, tudo pode acontecer.”
Além disso, ele reflete sobre seu desempenho recente: “Pensando friamente, saio satisfeito com o meu tempo nos 400m livre, mas não consigo aceitar que a medalha não veio, porque foi uma marca muito forte. Inegavelmente vou voltar muito mais forte em Los Angeles, nos 400m livre. Lá, vai sair a medalha. Quero usar o que ganhei aqui e atropelar desde o início do próximo ciclo. Não quero, por fim, esperar as Olimpíadas; quero mostrar o que posso fazer já nas próximas competições.”
O Jornal Atual acompanhará o desempenho de Guilherme na Maratona Aquática.