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Em busca de articulação política pela ZPE de Seropédica

Reunindo condições técnicas e logísticas amplamente favoráveis e, mais ainda, já despertando o interesse de investidores internacionais, o projeto de implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Seropédica ainda não saiu do papel por causa da burocracia, uma das mazelas que insiste em macular a administração pública brasileira. A iniciativa parece adormecida no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDICS), impedindo o início de implantação de ZPEs em vários estados brasileiros.

Em mais uma tentativa de acelerar esse processo, o secretário de Indústria, Comércio, Ciência, Tecnologia e Inovação de Seropédica, Carlos Alberto Machado de Freitas, reuniu-se com o diretor de Desenvolvimento Industrial da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin-RJ), Marcelo Lopes, com quem conversou, na quarta-feira (8), sobre a ideia de iniciar gestões políticas junto a destacadas figuras do PT, para fazer com que o pleito chegue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa reação à lentidão do MDICS para decidir a questão.

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Carlos Alberto Machado de Freitas e Marcelo Lopes definiram como estratégia, não apenas o contato com cardeais petistas, como a presidente Gleisi Hoffman, o deputado federal Lindbergh Farias e o secretário especial de Assuntos Federativos da Presidência da República, André Ceciliano, mas também a criação de um movimento nacional pró-ZPEs, uma vez que há outros estados brasileiros à espera dessa estratégica iniciativa por parte do MDICS. “Num momento em que o Brasil busca criar empregos, não há como entender não destravarmos uma iniciativa como essas, que tem o potencial para gerar milhares de empregos no país e trazer um desenvolvimento muito acelerado para Seropédica”, acentuou o secretário Carlos Alberto Machado de Freitas, em entrevista ao ATUAL.

POTENCIAL ESTRANHAMENTE IGNORADO

A ZPE é uma classe de zona econômica especial, numa área geográfica em que mercadorias podem ser importadas, armazenadas, manuseadas, fabricadas ou reconfiguradas e reexportadas sob regulamentação aduaneira específica e geralmente não sujeitas a direitos aduaneiros. Apesar do potencial econômico que têm, não é de hoje que a oficialização das ZPEs esbarra na lentidão governamental. Num discurso em favor delas no Brasil, há 22 anos, o então senador Carlos Patrocínio (PTB-TO) citou o esforço do presidente da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação, Hélcio Cavalcanti Braga, que há mais de 40 anos luta pelo setor. Na ocasião, o ex-senador afirmou que as ZPEs são capazes, não somente de aumentar a capacidade de exportação, mas também de atrair empresas estrangeiras. Ele também citou dados de 1999, da International Labour Organization, segundo o qual havia na ocasião mais de 850 ZPEs no mundo, onde trabalhavam 27 milhões de pessoas; que somente nos Estados Unidos havia 121 Foreign Trade Zones, nas quais funcionavam 2.820 empresas que empregavam 340 mil pessoas. Ainda de acordo com o documento, naquele ano havia no México 107 ZPEs, reunindo 4.220 empresas, com 1,3 milhão de trabalhadores; que as 142 ZPEs das Filipinas eram responsáveis por mais da metade das exportações daquele país. O documento também registrava que na China, eram quatro ZPEs em 1978, chegando a 124 em 1999; e que em dez anos, as exportações chinesas cresceram 25 vezes, sendo o seu modelo copiado pela Índia, Rússia, Ucrânia e Polônia.

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