Aedin promove encontro sobre simbiose industrial em Santa Cruz
Associação das Empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz reúne especialistas de Washington (EUA)
Simbiose industrial como alavanca para o desenvolvimento. Este é um dos temas centrais para fortalecer o Distrito Industrial de Santa Cruz e torná-lo ecologicamente sustentável, conforme se discutiu no encontro que reuniu, nesta terça-feira (29), representantes do Governo do Estado, de companhias regionais e do estado de Washington (EUA). A reunião teve como foco a estratégia empresarial denominada simbiose industrial, que mira também na atração de novos negócios, no desenvolvimento econômico local e no fortalecimento das comunidades do entorno e dos pequenos negócios que atuam na região.
“O nosso objetivo foi o de discutir as possibilidades e o que a gente avançou em termo de simbiose industrial, e não só mostrar o que a gente fez, mas também dar oportunidade pra outras empresas mostrarem aonde a gente pode chegar em termos de inovação e de mostrar em que a gente pode melhorar o distrito industrial como um todo”, acentuou a executiva Melissa Rocco, que coordena o Comitê de Simbiose Industrial da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz (Aedin).
Sinergia entre as empresas
O conceito de simbiose industrial está relacionado à integração de atividades econômicas, do meio ambiente e do bem-estar da comunidade, através da troca de recursos entre empresas, envolvendo a permuta de resíduos, de matéria-prima, energia, água, subprodutos, serviços e conhecimento, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais e os custos operacionais das empresas, além de criar sinergias entre elas, promovendo benefícios como a economia de energia e a redução do consumo, como destacou Melissa Rocco, que também é gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança da empresa Cladtek.
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“Essa oportunidade tem sido ótima para desenvolver o projeto de simbiose com todas as empresas daqui. Hoje foi fantástica a oportunidade de Santa Cruz mostrar como eles vêm desenvolvendo nesse um ano e meio, depois de terem visitado os projetos dinamarquês e norte-americano”, ressaltou André Matheus e Souza, assessor de Relações Internacionais da Secretaria de Estado da Casa Civil.
Ideia é aproximar universidades
Em palestra no auditório da Aedin, Melissa Rocco destacou o esforço que vem sendo empreendido pela instituição no sentido de atrair mais universidades para a mobilização proposta em prol da simbiose industrial, que hoje conta apenas com um compromisso apalavrado com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, através de seu campus na Zona Oeste.
Segundo ela, essa meta é essencial para a criação de um sistema industrial eficiente e regenerativo, incluindo-o num contexto maior, que é o da economia circular, que tem como principal objetivo o reaproveitamento máximo dos recursos disponíveis por meio da integração das empresas que integram a Aedin.
Inspiração vem da Dinamarca
O modelo industrial que a Aedin está empenhada em difundir na região tem como referência o que foi implantado na cidade de Kalundborg, na Dinamarca, considerado o esforço pioneiro e exemplo eloquente de simbiose industrial.
Esse ramo que é classificado como o da ecologia industrial se baseia nas relações de empresas vizinhas na integração de sistemas, com foco na partilha de serviços de transporte e infraestrutura, e de resíduos e subprodutos, com partes que sobram decorrentes do processo industrial de uma empresa sendo utilizadas por outras, num ciclo que permite uma acentuada diminuição no consumo de materiais e de energia.
A iniciativa já vem sendo implantada em diversos países e, inclusive, motivou a presença em Santa Cruz dos norte-americanos Ted Sturdevant, diretor de Iniciativas Estratégicas de Centro de Infraestrutura Sustentável do Estado de Washington; e Kirk Esmond, diretor de Desenvolvimento de Economia Circular do Departamento de Comércio do Estado de Washington. Antes da palestra na Aedin, os visitantes estrangeiros fizeram uma visita técnica à Casa da Moeda do Brasil, conhecendo parte do processo de fabricação de cédulas de Reais e da moeda venezuelana, além de conhecerem os projetos Semear, de apoio à agricultura familiar; e Transforma, de reutilização de materiais.