Rio+: presidente analisa primeiro ano de operação em Itaguaí e Seropédica
A Rio+Saneamento completou no dia 1º de agosto um ano de operação para cerca de 2,6 milhões de pessoas em 24 bairros do Rio de Janeiro, além de outros 17 municípios fluminenses. Dentre eles, Itaguaí e Seropédica, onde trabalho não faltou, segundo Leonardo Righetto, presidente da empresa.
Neste primeiro ano dos 35 que prevê o contrato de concessão com o Governo do Estado, a companhia de água e esgoto realizou, de acordo com Righetto, 50 mil serviços dos mais cotidianos, conhecidos como comerciais e operacionais. Por exemplo, cadastro de clientes, ligação nova, vistoria, substituição de hidrômetro e afins. Este total corresponde à divisão batizada como Regional Metropolitana, que compreende as cidades de Rio Claro, Pinheiral, Piraí, Paracambi e Vassouras, além de Itaguaí e Seropédica.
Fora estas incumbências, a concessionária conseguiu outros avanços nas duas cidades, como a implementação de um moderno sistema para monitoramento do abastecimento de água em todo o território a partir de uma central. Mas ainda há muito a se fazer.
Se a situação não chegava (ou não chega) a ser caótica quando a empresa assumiu, estava longe também de ser simples, dadas as carências históricas no abastecimento de água na região: “Não é nada trivial. É muito trabalho. Mas já estávamos preparados quando assumimos”, assegura o presidente, exclusivamente ao ATUAL.
Na entrevista abaixo, o empresário faz um balanço do primeiro ano da companhia em Itaguaí e Seropédica – o que foi feito, e o que teve início, mas falta conclusão – e outros projetos futuros, como o sistema de coleta e tratamento de esgoto:
“Em Seropédica e Itaguaí, a meta é universalizar o esgoto para 90% da população em cinco anos”
Leonardo Righetto, presidente da Rio+Saneamento
ITAGUAÍ
Segundo o presidente, a maior conquista da companhia na cidade – onde o investimento passará de R$ 350 milhões nos cinco primeiros de concessão – foi o Centro de Controle Operacional, que já está em pleno funcionamento: “Hoje, todo o abastecimento em Itaguaí tem monitoramento de forma remota. A gente sabe como está o abastecimento na cidade por meio de uma tela. É uma tecnologia que não existia por lá”, pontua.
Ele ainda aponta os diferentes canais de atendimento – Whatsapp (0800 772 1027), site e redes sociais (Facebook e Instagram) – como outro avanço: “Hoje, o cliente tem como recorrer à empresa e passar suas demandas. Queremos que ele seja bem atendido e tenha água de qualidade para estar feliz na hora de pagar pelo serviço”.
Em contrapartida, o que não entrou em operação no primeiro ano de concessão foi o Água de Valor, programa de redução de perda de água. O objetivo é que o projeto passe a vigorar a partir de outubro em duas etapas: a identificação, por meio de macro medidores, de perdas físicas de água (por vazamento) e perdas aparentes (ligações clandestinas e fraudes); e, posteriormente, a manutenção.
Este programa, aliás, seria peça-chave para o maior desafio da companhia em Itaguaí, no caso, a redução de perda de água: “A redução de perda beneficia a todos. Sobra mais água para abastecer, até mesmo em lugares com maior dificuldade. E a empresa precisa captar e tratar menos, o que é bom do ponto de vista ambiental. Então, diminuir perda representa sustentabilidade econômica, pois diminuem gastos com energia, com produto químico e mão de obra”.
SEROPÉDICA
Um dos principais motivos para a perda de água, de acordo com Righetto, são os consumidores não cadastrados, que pagam por um determinado volume, mas consomem bem mais. Este, a propósito, é um problema em comum que a empresa detectou nos dois municípios.
Mas ao contrário de Itaguaí, que está prestes a se tornar a primeira cidade do RJ a receber o Água de Valor, Seropédica ainda não tem previsão para receber o programa para redução de desperdício. É possível que o início se dê em meados de 2024.
Quanto às maiores conquistas até aqui em Seropédica – cujo investimento total deve superar os R$ 250 milhões em cinco anos –, o presidente destaca duas.
Uma delas, inclusive, atenua o problema dos consumidores não cadastrados: “Também temos o monitoramento remoto em tempo real em Seropédica. E colocamos clientes que não eram visíveis como cadastrados para um atendimento melhor”.
OUTROS PROJETOS
Além da implementação do Água de Valor nos dois municípios, a Rio+ pretende pôr em prática outros projetos tidos como fundamentais. No caso de Itaguaí, trata-se da adutora da Reta de Piranema. Conforme a concessionária, seriam 12 os bairros beneficiados diretamente: 26 de Dezembro, Califórnia, Centro, Distrito Industrial, Jardim América, Mangueira, Monte Serrat, Parque Independência, Ponte Preta, Santana, Sase e Vila Ibirapitanga.
O presidente ressalta a melhoria que a obra vai proporcionar:
“O abastecimento será mais regular, com uma diminuição nas interrupções. No verão, já estará pronta”
Leonardo Righetto, presidente da Rio+Saneamento
Já em Seropédica, a conclusão de uma adutora para levar água tratada para empresas instaladas no polo industrial, prevista para fevereiro de 2024, é uma das maiores expectativas da empresa.
Leonardo Righetto explica que a melhoria não leva benefício direto aos consumidores, mas, sim, para o município de modo geral: “Aquela área nunca teve água tratada. Então, essa obra vai ser importante para o desenvolvimento da cidade. Vai permitir um potencial atrativo maior para novas indústrias se instalarem por lá. Isso vai gerar emprego e movimentar a economia da região”.
ESGOTO
Segundo o presidente da Rio+Saneamento, a empresa investiu em toda a sua área de cobertura R$ 100 milhões até agora – e a estimativa é de um total de R$ 200 milhões até o fim de 2023. Mas mesmo com tal desembolso de recursos, inda não foi possível evoluir significativamente com a coleta e tratamento de esgoto.
Para Itaguaí e Seropédica, Righetto revela que a meta da companhia, também de acordo com contrato, é universalizar o esgoto, com alcance de 90% da população, em cinco anos.
O presidente, porém, não trata a empreitada como desafio: “É um trabalho, um grande projeto de implementar todo o sistema de coleta e tratamento de esgoto em cinco anos. Com engenharia e recursos é possível”, conclui o empresário, reconhecendo: “Desafio talvez seja fazer isso em cinco anos. Mas estamos preparados”.