Cosud: Carta dos Governadores defende Reforma Tributária e revisão da dívida dos estados
Apoio à Reforma Tributária, revisão da dívida dos estados e ampliação do
debate no âmbito do Pacto Federativo. Esses são os temas centrais da Carta
dos Governadores, apresentada neste sábado (4) pelos governadores que
formam o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud). O
documento marcou o encerramento do 7° encontro do evento, realizado na Fundação
Getúlio Vargas (FGV), e foi lido pela secretária da Mulher do Rio de Janeiro,
Heloisa Aguiar.
“Esse trabalho colaborativo é muito importante. Todas as ideias foram
respeitadas. Queria agradecer a cada governador pela parceria e dizer que é um
orgulho para o Rio de Janeiro receber esse encontro”, afirmou o governador do
Rio, Cláudio Castro.
REFORMA TRIBUTÁRIA
A carta manifesta o compromisso dos Estados do Cosud de trabalhar em
conjunto com os governos federal e municipais na aprovação de uma Reforma
Tributária que aumente a eficiência econômica e garanta a justiça social e a
preservação da autonomia dos governos para realizar políticas de fomento ao
desenvolvimento local. Uma das alterações em discussão é a mudança da
tributação do ICMS da origem para o destino.
DÍVIDA PÚBLICA
A dívida do Sul e do Sudeste com a União chega a R$ 630 bilhões, o que
corresponde a 93% do débito de todas as unidades da Federação com o governo
federal. A carta propõe uma repactuação dos critérios de correção da dívida,
que vem sendo atualizada pelo IPCA mais 4% ou Taxa Selic, o que for menor.
“É impensável que, num ambiente onde o crescimento econômico é muito
inferior aos encargos dos contratos de dívida com a União, os Estados paguem
suas dívidas e ainda invistam em infraestrutura, modernização e na manutenção
dos serviços públicos essenciais. É necessário que esses contratos passem a ter
seus encargos compatíveis com o comportamento da economia nacional”, destaca um
trecho da carta.
“Os estados do Sul e do Sudeste respondem por 80% da arrecadação de impostos
federais. Quanto mais organizarmos a vida financeira desses estados, mais vamos
nos desenvolver e mais impostos federais serão gerados. Quando o Brasil recebe
mais, todos os estados são beneficiados por meio dos fundos de participação”,
destacou Cláudio Castro.
PACTO FEDERATIVO
No documento, os Estados pedem que atos que representem aumento nas despesas
não sejam implementados sem uma discussão prévia.
“Obrigações não podem ser impostas aos estados sem a devida contrapartida,
especialmente as financeiras. Quando isso acontece, a população acaba pagando a
conta”, explicou Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
AGÊNCIAS REGULATÓRIAS
Os integrantes do Cosud ressaltaram ainda a importância do fortalecimento
das agências regulatórias, para regulamentar e fiscalizar as concessões de
serviços públicos.
O próximo encontro do Cosud está previsto para junho, em Minas Gerais.