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Vereadores querem explicações sobre crise no Capsi Itaguaí

DESCASO

A transferência de cinco psicólogos do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (Capsi) para o Hospital Municipal São Francisco Xavier (HMSFX), atendendo determinação do Poder Executivo, foi discutida durante a sessão desta terça-feira (6) da Câmara Municipal de Itaguaí (CMI), depois da manifestação de pais dos usuários da unidade, realizada na segunda-feira (5).

A indignação contra a transferência dos profissionais, prejudicando os usuários que fazem tratamento no Capsi, motivou o vereador Ivan Charles (PSB) a protocolar uma indicação cobrando do Poder Executivo uma resposta sobre a situação do órgão e defendendo o retorno imediato dos profissionais às funções. Num resultado que não é muito comum na rotina do Legislativo itaguaiense, as solicitações foram aprovadas por unanimidade.

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O vereador Ivan Charles usou a tribuna para informar que tem recebido em seu gabinete pais de usuários, não só do Capsi, mas também do Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado (Cemaee). Segundo ele, as pessoas reclamam da falta de medicamentos controlados e de fraldas geriátricas. O parlamentar ressaltou ainda que esta semana mesmo recebeu duas mães aflitas cujos filhos estavam sob tratamento no Capsi. “Lamentavelmente, por determinação do secretário de Saúde, foram transferidos cinco psicólogos que faziam o atendimento das crianças no Capsi. Na segunda-feira fiz uma diligência, representando a Comissão de Atenção à Pessoa com Deficiência (CAPD). Conversei com a coordenadora e ela me explicou que está seguindo ordem do governo. Fui até o gabinete do secretário de Saúde, mas fui informado de que ele não estava. Estou marcando uma reunião extraordinária pela CAPD, para esta quinta-feira, às 10h, na Câmara Municipal de Itaguaí, para tratar do assunto e da falta de medicamentos controlados”, informou.

O vereador Ivan Charles também destacou que o atual governo já vai para o segundo ano de mandato e até agora não foi feito nada em várias áreas. “O município recebe por mês R$ 105 mil do Ministério da Saúde para manter o Capsi, mas não tem um psicólogo, não têm medicamentos e nem lanche para as crianças. É um verdadeiro absurdo. O governo precisa dar uma resposta imediata. Ao final da reunião da comissão vamos fazer um relatório com requerimento ao prefeito. Não havendo resposta, o único caminho será o Ministério Público”, adiantou o vereador, sob aplausos de mães de pacientes que acompanhavam a sessão. “Vários direitos já foram cortados dessas crianças. O Cemaee já está quase fechando as portas para ser transformado em escola do Ensino Fundamental. São coisas absurdas que vêm acontecendo consequentemente nesse governo”, concluiu ele, apelando ao líder de governo, Sandro da Hermínio (PT do B), para que sensibilize o prefeito a voltar atrás na transferência dos psicólogos.

Vereadores sugerem conhecer o trabalho

O vereador Waldemar Ávila lamentou a interrupção dos tratamentos das crianças do Capsi após a transferência dos profissionais, e fez um apelo aos colegas para que se envolvam na causa. Ele sugeriu ainda aos colegas que visitem o Capsi para saber a importância do tratamento ali oferecido. “As crianças estavam lá esperando atividades que não aconteceram. A nossa população está perecendo e a gente vê mais esse desmonte de um programa do Governo Federal. Não há nenhum programa desenvolvido pelo atual gestor. Peço aos senhores que convidem o prefeito para visitar o Capsi e conhecer a realidade das nossas crianças”, apelou o parlamentar, ressaltando que oficiou à Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Itaguaí e ao Conselho Municipal de Saúde, denunciando as carências.

Sensibilizado com a causa, o vereador Willian Cezar falou sobre a importância do Capsi para as crianças e jovens com deficiência. “É tão sofrida a luta desses pais para passar por mais essa situação. O prefeito precisa ter contato com esses pais e essas crianças para saber como é duro o dia a dia”, ponderou.

WELINGTON CAMPOS

welington.campos@jornalatual.com.br

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Redação

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