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Viracopos mantém tradição no Carnaval de Itaguaí

Que um lugar pode ser o símbolo de uma tradição ninguém pode duvidar. Mas, se alguém duvida, basta aparecer na quadra Viracopos, na rua José de Souza, número 2, no Centro de Itaguaí. Na próxima segunda de Carnaval (20), um espaço comunitário mostra que famílias de foliões ainda guardam no coração os carnavais antigos, mas o carnaval atual também vai ser bem brincado.

Quem conta é uma dupla de foliões que ajudam a manter a vida cultural da cidade.

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Ela, Mariana Castro (40 anos), tem sido uma enérgica agitadora cultural em Itaguaí ao atuar em prol da arte na rua, com circo, artes plásticas, artesanato. “O samba é o maior festival das artes integradas”, explica ela.

Mestre Fael (Rafael do Nascimento Silva, 42 anos) é um dos mais entusiastas da quadra, que se chama Viracopos porque, nos idos de 1965, um grupo de amigos decidiu criar uma organização carnavalesca. Quando a ideia surgiu, estavam bebendo e o nome pareceu lógico. Fael conta que tinha sete anos quando colocaram na mão dele um tamborim. De lá para cá, ele se tornou músico, vive disso e tem vários projetos na área.

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Ambos são testemunhas de um carnaval que não volta mais e que trazia até uma certa hostilidade na alegria: havia blocos de rua, dentre eles o Labaredas, União da Força, Gavião, Arrastão da Ilha e o próprio Viracopos.

Registro de um dos antigos e saudosos carnavais do Viracopos: apesar do bloco não desfilar mais, quadra de concentração mantém o espírito de carnaval familiar (Foto de arquivo do leitor)

Os pais de Fael eram da diretoria do Labaredas. A tia de Mariana era diretora do Viracopos e o pai foi compositor para alguns blocos. O Carnaval em Itaguaí, vê-se bem, é tradição que passa de geração para geração.

Esses blocos faziam uma espécie de “concentração” e depois tomavam as ruas de Itaguaí antes de desfilar na Avenida Curvelo Cavalcanti.

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Mas o último desfile aconteceu em 1991.

Viracopos, portanto, é um remanescente daquela época e, apesar de não desfilar ou ganhar as ruas da cidade, ainda junta muita gente e se dá até ao luxo de “provocar” os outros blocos ao dar reforço na percussão dos colegas. Um dos que vai receber reforço é o bloco do Bairro Ito, também bem animado em Itaguaí.

Mariana Castro, agitadora cultural em Itaguaí, explica: “O samba é o maior festival das artes integradas” (Foto de Rafa Chlum)

“Domingo ainda vamos participar de outros blocos porque nossos instrumentos dão uma ajuda aos colegas, e também divulgamos o Viracopos”, conta Mariana.

Fael explica que a quadra (que mede cerca de 20m X 30m e conta com um pequeno palco) recebe a comunidade de braços aberto e churrasco ardendo no fogo. O local vai ter banheiro químico e o bar estará aberto para quem quiser uma gelada.

“SE DESCER…”

Se a quadra é um local que resiste ao tempo para manter a tradição, com o bloco “Se Descer, não sobe mais” é parecido, com a diferença de que ele foi contemplado no edital de carnaval do governo do estado. Fael conta que o bloco faz homenagem a sambas dos antigos carnavais ao tocar samba-enredo e marchinhas, mas os 15 músicos também passeiam por vertentes do samba, pagode e até funk. Ou seja, difícil deixar de agradar a alguém.

O “Se descer, não sobe mais” sai na segunda (20), ao meio-dia, com concentração na rua Capitão Oliveira Guimarães, no Centro.

Apesar de ser a primeira vez que o Viracopos não vai sair à rua, é a segunda vez que o bloco se reúne na quadra.

Mariana explica que o perfil do bloco é reunir pessoas de várias faixas etárias, e que o carnaval no Centro foi deslocado para o Parque Municipal, que fica mais distante da quadra, e, portanto, inviável para uma certa parte dos foliões.

Mas isso jamais será problema para quem começar a pular e se mexer com a poderosa percussão de Mestre Fael, o churrasco liberado e a deliciosa sensação de brincar carnaval com segurança e com o sentimento de comunidade em dia.

Redação

O Atual atua desde 2001 em Itaguaí, Mangaratiba e Seropédica com notícias, informações e demais serviços jornalísticos, digitais e audiovisuais. Além disso, aborda ocasionalmente assuntos que envolvem também a Zona Oeste da capital do Rio de Janeiro. O Atual oferece matérias e vídeos em seu site e nas suas redes sociais, com o compromisso de imprensa legítima e socialmente responsável.

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