Vídeo: Polícia ambiental faz coleta de amostras de água e solo no canal São Francisco
Policiais civis da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) fizeram na segunda-feira (16) uma operação que percorreu trechos do Canal de São Francisco – no Rio Guandu -, um importante corpo hídrico que desemboca na Baía de Sepetiba e fica na divisa entre Itaguaí e Santa Cruz.
De acordo com informações oficiais publicadas no site da Polícia Civil, os agentes foram investigar denúncias de moradores e pescadores da região. Por esta razão, coletaram amostras de água e solo no local.
A Assessoria de Comunicação da Policia Civil enviou, via WhatsApp, a seguinte explicação para a reportagem do ATUAL: “(As) amostras (…) serão encaminhadas ao laboratório para análise de concentração de metais como ferro, chumbo, manganês e arsênio”.
TERNIUM SE PRONUNCIA
A indústria mais conhecida nas imediações é a siderúrgica Ternium. O ATUAL apurou junto à polícia, que não confirmou a informação divulgada pela imprensa da capital de que a empresa é suspeita pela poluição.
A empresa enviou o seguinte comunicado à reportagem do ATUAL: “A Ternium nega o lançamento de materiais no Canal de São Francisco. Na última semana, a empresa informou ao Inea que, por conta das fortes chuvas, houve carreamento de sedimentos do mangue para o leito do rio. Em 2020, a companhia inaugurou seu novo Centro de Monitoramento Ambiental, com o acompanhamento 24 horas de dezenas de indicadores da usina de Santa Cruz, acessados em tempo real pelas autoridades ambientais.”.
Portanto, segundo a empresa, as fortes chuvas levaram para o rio sedimentos que nada têm a ver com a produção da siderúrgica ou seus rejeitos decorrentes dos processos industriais que ela executa.
Sem análise das coletas, a polícia fica impedida de confirmar se há poluição, em que grau e quem são os responsáveis.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, não há previsão para a divulgação dos resultados da análise das amostras.
APEÍTA COMENTA
O ATUAL conversou com a segunda tesoureira da Associação de Pescadores de Itaguaí (Apeíta), Vanessa Conceição. Ela disse que a Apeíta não fez a denúncia, e que até o momento não há informações sobre poluentes.
Ela disse também que há outra associação que representa trabalhadores nas imediações, mas a reportagem não conseguiu contato.
INEA COMENTA
A pedido do ATUAL, o Inea enviou a seguinte nota (na íntegra): “O Instituto Estadual do Ambiente esclarece que a Usina Siderúrgica da Empresa Ternium Brasil Ltda. obteve, na data de 12 de dezembro de 2022, a Licença de Operação – LO IN012717 para realizar a fabricação de placas de aço na Usina Siderúrgica Integrada. Durante a renovação da Licença de Operação da Usina foram realizadas, por parte do Inea, reuniões técnicas e ciclos de vistorias técnicas na Planta Industrial da empresa, com o objetivo de verificar as condições ambientais das atividades desenvolvidas. O órgão destaca que durante as vistorias não foram verificados lançamentos de carvão na Baía”.
(Colaborou Luiz Maurício Monteiro)