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The Voice Brasil: cantor de Itaguaí relembra início de trajetória na cidade

Quando Lulu Santos virou a cadeira para o participante TON, na edição do último dia 5 do The Voice Brasil (TV Globo), muitos moradores de Itaguaí não sabiam, mas naquele instante um filho da cidade alcançava o ponto mais alto, até o momento, de sua carreira artística. Trajetória esta, aliás, que teve início há mais de 20 anos, em equipamentos culturais do município que ainda ocupam um espaço nobre em seus coração e memória.  

Desde o começo no Teatro Municipal Marilú Moreira e na Escola Municipal de Música Chiquinha Gonzaga, Everton Almeida virou TON (assim mesmo, tudo em letras maiúsculas), se profissionalizou como músico, ator, musicoterapeuta e professor de canto e teatro. A propósito, as diferentes formações e os objetivos profissionais tornaram Itaguaí pequena para ele – que hoje vive em Santo Cristo, na região central do Rio de Janeiro, cidade para onde se mudou em janeiro deste ano para trabalhar como professor e cantor de gêneros como samba, soul e R&B.

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Atualmente, TON, de 28 anos, retorna a Itaguaí para visitar o pai Algusto e a mãe Rubinea no bairro Engenho – onde o filho único nasceu e viveu até se mudar – e lecionar teatro em cursos e numa escola particular. A distância, porém, não apaga sua gratidão à cidade natal: “Cheguei onde cheguei pelas oportunidades que tive lá”, ressalta TON, que passou cerca de 11 anos (2011 a 2022) se deslocando quase diariamente entre Itaguaí e Rio para compromissos como trabalho e estudos.

Nas audições às cegas, o cantor interpretou “Sobrevivi”, música de Glória Groove e Priscilla (Reprodução/TV Globo)

Nessa entrevista ao ATUAL, o artista – que no TVB cantou “Sobrevivi”, música de Glória Groove e Priscilla – relembra os primeiros passos em cursos gratuitos em Itaguaí, fala da emoção de participar de um dos reality shows musicais de maior prestígio do Brasil e promete citar o município nos agradecimentos caso saia campeão do programa: “Pelo apoio que recebi desde muito menino”. Leia abaixo na íntegra:

Sua formação artística começa em Itaguaí, certo?

Sim, meus primeiros estudos aconteceram no Teatro Municipal Marilú Moreira, na Escola de Música Chiquinha Gonzaga… Só quando precisei me profissionalizar é que vim para o Rio. Mas comecei tudo em Itaguaí, com cursos de graça da prefeitura, entre 2005 e 2011. Foi quando dei meu pontapé inicial para me encontrar com o universo das artes.

Lembra quando fez os cursos?

No Municipal, entre 2005 e 2008. E na Escola de Música, de 2007 a 2009. Foi assim que consegui entrar para uma agência de atores e, em 2010, fazer meu primeiro comercial na TV. Foi uma campanha da Coca-Cola para a Copa do Mundo, e eu interpretei o filho do Roger Millar, ex-jogador de Camarões. Depois fiz outros comerciais, tive minha primeira viagem internacional como ator… Tudo graças ao início em Itaguaí.

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Cria de Itaguaí: o pequeno TON, então com 3 anos, no colo do pai Algusto, na praça Vicente Cicarino (Arquivo pessoal)

Mas como surgiu exatamente seu interesse pela música e pelas artes na infância?

A primeira peça que assisti foi o musical “Mogli – O Menino Lobo”. Tinha cerca de 5 anos e lembro que nesse dia tive meu primeiro interesse por música e teatro. Quando assisti, disse à minha mãe: “É isso o que eu quero fazer da vida”. E ela falou que quando encontrasse um curso gratuito, me matricularia.

E ela encontrou…

Quando eu tinha 8 ou 9 anos, ela encontrou o curso e disse para que eu não a culpasse por uma infelicidade caso não passasse no teste. Mas ela me apoiou e foi incisiva para que eu fosse ao Municipal participar da audição. E para minha surpresa, tive que cantar, algo que já gostava. Depois disso, nunca mais parei.

Você teve alguma inspiração na cidade para gostar tanto de música?

Minhas referências foram meus tios, que eram músicos. Inclusive, meu tio Bidico foi maestro da Orquestra Municipal de Itaguaí. Isso foi me despertando o interesse.

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Você ainda mora na cidade?

Não, me mudei para o Rio em janeiro deste ano. Itaguaí é um pouco distante, então eu levava muito tempo para chegar em casa. Quase duas horas de viagem, praticamente, todos os dias. Então, precisei me mudar por conta de trabalho e faculdade. Também me casei, meu marido Cadumma é de Niterói. E eu fazia esse deslocamento de ônibus, porque nunca tive privilégio de ter um carro.

Mas mesmo com os compromissos no Rio, continua vindo a Itaguaí?

Sim, até porque dou aula aí. E agora, está mais fácil pois estou de férias. Fui no último fim de semana, deu para ficar com a família. Então tem sido tranquilo gravar e viajar.

O músico canta samba, soul e R&B, dentre outros estilos (Arquivo pessoal)

E como está a vida após a primeira aparição no The voice Brasil?

Recebo mensagens o tempo inteiro no Direct e no WhatsApp. Muitas pessoas me procurando para entrevistas e shows. Em Itaguaí, as pessoas me pararam nas ruas.

Reconheceram você?

Sim, reconheceram, quiseram conversar, tirar foto… Me assustei porque não estou acostumado. Mas foi legal essa troca. Eles tiveram uma curiosidade grande em saber como é o processo no programa, como fui parar lá.

E como é o processo?

Já havia me inscrito cinco vezes, e essa seria a última vez, até por ser a última temporada do programa. Eu sempre tive vontade de participar, o sonho, mas nunca conseguia. Este ano, em março, abriram inscrição, e eu fiz todo o procedimento, gravei novos vídeos. E parece que dessa vez me enxergaram e me chamaram para as seletivas (risos). Mas foi um processo longo de entrevistas e audições até conseguir chegar às audições às cegas.

E quando será sua próxima participação?

Não posso dizer. Mas peço que assistam e torçam por mim (risos).

É claro que a expectativa de todos que participam de um programa assim é a de título. Mas você chegou a traçar uma meta para um prazo mais curto?

Inicialmente, eu queria ter a chance de alguém virar cadeira para mim, mas de fato não esperava que pudesse acontecer. Foi um sonho! E o que vier a partir de agora é lucro. É esperar as próximas fases, me esforçar, me esmerar para conseguir chegar à semifinal, quando o programa passa a ser transmitido ao vivo.

Por falar em “virar cadeira”, consegue descrever a sensação quando o Lulu virou?

Ele virou no último instante, quando eu já estava conformado de que ninguém viraria. Fiquei feliz e grato. Pensei: “Caramba! Deu certo”. Mas se você me perguntar o que falei depois, não lembro de nada, de tão emocionado e perplexo (risos). Na verdade, fiquei sem reação por cinco dias, processando o momento.

Um programa como o TVB abre portas… Se imagina voltando a Itaguaí para um show em praça pública, por exemplo?

Me imagino porque você não tem ideia da quantidade de pessoas da cidade, artistas da cidade, que tem me procurado para me conhecer melhor.

Por falar nisso, você sair de Itaguaí para tentar carreira fora é representativo?

Sim, Itaguaí é um celeiro de artistas, mas poucos têm oportunidade de serem vistos ou possibilidade de acontecerem enquanto artistas. É uma cidade distante de onde as coisas acontecem, então, muitas vezes a gente tem que sair para tentar em outro lugar.

Mas apesar destas questões, você parece orgulhoso da cidade…

Sempre! Itaguaí merece esse meu reconhecimento porque devo muito a ela. Cheguei onde cheguei pelas oportunidades que tive lá. Jamais vou esquecer e levarei o nome de Itaguaí aonde for. E é legal quando a gente vê o nome da cidade em outros lugares.

Então adianta para a gente como será seu agradecimento caso vença o programa…

Queria agradecer, primeiramente, a Deus pela oportunidade incrível, à minha família e a Itaguaí, pelo apoio que recebi desde muito menino. Agradecer o carinho das pessoas, e que daqui para frente eu leve minha arte e as coisas que acredito por toda parte.

Luiz Maurício Monteiro

Repórter com mais de 15 anos de trajetória e passagens por diferentes editorias, como Cidade, Cultura e Esportes.

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