Reitor da UFRRJ fala sobre as atividades acadêmicas durante a pandemia
Em reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) realizada remotamente nesta quarta-feira, o reitor Ricardo Luís Louro Berbara iniciou as discussões sobre as atividades acadêmicas da universidade durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo o reitor, o fato de não haver respostas sobre a forma correta de se organizar durante o período de “um ano e meio a dois anos”, faz com que a administração da universidade tenha a obrigação de enfrentar esse problema e dar um retorno em relação a esses fatores. Berbara aponta que o dever se dá pela responsabilidade social que a UFRRJ tem por ser uma universidade pública, e pelo contrato social firmado com todos os alunos e com os cidadãos que financiam o funcionamento de toda sua estrutura.
“O desafio a ser enfrentado testará a nossa maturidade, a nossa capacidade construir consensos sobre temas “extraordinariamente inéditos”, que a nossa civilização nunca enfrentou em todos os milhares anos de história que temos. Se fossemos uma universidade privada as soluções seriam mais simples, mas nós temos um compromisso com nossos alunos vulneráveis, com a vida dos nossos trabalhadores, e com a formação dos nossos estudantes”, Ricardo Luís Louro Berbara, reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
De acordo com o que foi dito na reunião, essa resposta dada não pode expor os servidores e estudantes a risco de vida. Porém, também não há como adiar o retorno às atividades para o fim da pandemia, uma vez que tal ato levaria cerca de dois anos para acontecer. Ricardo Berbara cita que o desafio de tentar organizar as atividades pelos próximos anos ultrapassa a capacidade de toda a administração, e que há um consenso da necessidade de se chegar a um meio termo. “Não podemos fingir que nada está acontecendo, que essa pandemia vai afetar o mundo inteiro, a cultura, as relações de trabalho, as relações sociais, menos nós. Quem pensa dessa forma é ingênuo e está muito equivocado”.
O reitor sustenta que é preciso estabelecer um debate crítico que leve em consideração todas as variáveis, e que pessoalmente conhece os problemas inclusos em um possível paliativo, mas não pode passar um longo período sem dar alternativas acadêmicas aos estudantes. Ele ainda diz que não pretende restringir as discussões ao CEPE e ao conselho universitário sobre como seguir adiante as atividades de ensino, pesquisa e extensão, já que é preciso levar esse assunto a todas as esferas da UFRRJ e que existe um período hábil de dois meses para isso.
Para Ricardo Berbara, não há alternativas se não encarar o debate. É preciso estabelecer um modelo que possa servir de exemplo para outras instituições, e que “apenas quando todos estiverem imunizados nós podemos voltar ao que era até o mês de março”. Também, foi dito que a UFRRJ está bem organizada no ponto de vista administrativo. Os fluxos de processos, contratações e compras de equipamentos estão acontecendo remotamente e isso é um sinal de avanço na organização estrutural da universidade.
O reitor finaliza lamentando a circunstância que não lhe permite estar “apresentando diagnósticos com uma mão, e soluções com a outra”, mas que quer deixar toda a comunidade acadêmica tranquila pois qualquer decisão será estabelecida perante acordo mutuo, construída desde a base até os conselhos superiores dentro de um diálogo constante e de conhecimento público.