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PT de Itaguaí quer Luciano Mota candidato e briga com diretório estadual do partido

Convenção com ex-prefeito será marcada para o dia 31/7; presidente Marcos Garcia diz que PT estadual quer apoiar Gil Torres à revelia da decisão municipal

Uma ata datada de 21 de julho deste ano, de uma reunião do PT de Itaguaí, dá a dimensão de uma disputa que precede outra disputa, a pela cadeira de prefeito da cidade. Por enquanto, no que diz respeito às eleições municipais deste ano, o Partido dos Trabalhadores de Itaguaí quer uma coisa, e o diretório estadual do PT, quer outra.

Segundo entrevista exclusiva do presidente do PT de Itaguaí ao Jornal Atual, há um consenso dos petistas da cidade em tornar o ex-prefeito Luciano Mota pré-candidato no próximo pleito. Mas há problemas à vista dentro do próprio PT.

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A ata do dia 21 é resultado da reunião em Itaguaí que teve como objetivo homologar a filiação de Luciano ao PT, o que foi confirmada por todos os signatários. Ocorre, porém, que o diretório estadual do partido ainda não homologou a decisão municipal, e, segundo o presidente do PT de Itaguaí, está criando entraves para isso.

“Eles querem apoiar o Gil Torres, que está inelegível, mas a decisão municipal será mantida e vai haver muito problema se quiserem impedir o Luciano de ser candidato”, prometeu Garcia, que garantiu a realização da convenção partidária que vai lançar a chapa Luciano Mota – Paulo Wesley Bragança, no dia 31 de julho.

“Queremos uma chapa puro-sangue”, completou Marcos Garcia, que é como se chama uma chapa só com candidatos do mesmo partido. Para a nominata de candidatos a vereador, há a possibilidade de unificar pela federação, com a participação do PV e PcdoB.

Cabe lembrar que o PT já teve vereadores na Câmara de Itaguaí: Willian Cézar se elegeu pelo partido em 2012 (e depois mudou de legenda), assim como Marco Barreto, que cumpriu um mandato.

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Paulo Wesley Bragança, que os petistas itaguaienses querem como candidato a vice-prefeito, é médico cardiologista e um dos fundadores do partido na cidade.

Inquérito sem denúncia há 10 anos

Luciano Mota tem 42 anos e é empresário. Ele administra dois areais na Reta de Piranema que pertencem à sua família. Ele foi eleito prefeito de Itaguaí em 2012, com 31.014 votos (47,09% do eleitorado), em uma disputa surpreendente, pois ele pôs fim a décadas de influência de Carlo Busatto Junior (o Charlinho) na região.

O governo dele, porém, foi conturbado. Marcado pela Operação Gafanhoto, da Polícia Federal, Luciano foi acusado de ser responsável por lavagem de dinheiro, fraude em licitações e por desvio de dinheiro público do SUS e dos royalties do petróleo.

Em julho de 2015, a Câmara cassou o seu mandato. Eram necessários votos favoráveis de 12 dos 17 vereadores para que o mandato fosse interrompido. Foram 14 votos a favor da cassação, 1 voto contra e 2 vereadores ausentes. Mota já havia sido afastado da prefeitura por decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).

O caso se tornou conhecido no Brasil inteiro por causa principalmente da apreensão de uma Ferrari, que, segundo os investigadores, havia sido comprada com dinheiro ilícito.

Por causa da cassação, Luciano ficou inelegível por oito anos. Mas, desde julho de 2023, ele voltou à condição de elegível a cargos públicos.

Nas últimas eleições, em 2020, Luciano tentou por meio de liminares homologar sua candidatura. Ele chegou a figurar como uma das opções nas urnas, mas os votos que recebeu não foram computados por decisão da Justiça.

Os inquéritos que investigam as condutas supostamente ilícitas do seu governo, e que o responsabilizam, estão sem andamento há 10 anos. Não houve indiciamento ou denúncia, e Luciano não chegou a figurar como réu em ações judiciais porque não houve conclusão dos inquéritos.

Segundo o presidente do PT de Itaguaí, Marcos Garcia, isto ocorre por falta de provas do envolvimento de Luciano nas práticas ilícitas.

Em 2018, ele teve uma prisão preventiva decretada pelo juiz da Vara Criminal do município na ocasião, Edison Ponte Burlamarqui, mas que foi revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) dias depois.

Jupy Junior

Jupy Junior é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) com Mestrado em Comunicação pela mesma instituição. Atuou em diversas empresas jornalísticas e como assessor de imprensa. Recebeu o título de cidadão itaguaiense, concedido pela Câmara Municipal de Itaguaí, em 2012. Lecionou em cursos de graduação Comunicação Social nas Universidade Estácio de Sá (UNESA) e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Foi subsecretário de Comunicação Social e Eventos na Prefeitura Municipal de Mangaratiba em 2016. Atuou como Editor Executivo do Jornal Atual entre 2012 e 2015 e é Diretor de Jornalismo do Jornal Atual desde 2021.

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