Professora conta histórias de Mangaratiba e região no Podcast Atual
No Podcast Atual da quinta-feira (29), a conversa sobre a história de Mangaratiba começou com um belo momento musical, com a reprodução da música “Mangaratiba é uma história boa de contar”, do compositor Daniel Soares, que, com muita agudeza de espírito conseguiu traduzir em versos alguns icônicos símbolos da história Mangaratibense.
A apresentação da música foi uma sugestão da professora e historiadora Mirian Bondim, a convidada de Marcelo Godinho para a conversa especial da semana. O papo, aliás, não se resumiu apenas à cidade, mas a toda a região, com a entrevistada revelando todo o conhecimento acumulado em anos de estudo e trabalho na Costa Verde e arredores.
MANGARATIBA COMO DISTRITO DE ITAGUAÍ
O Podcast Atual é mais uma plataforma do Jornal Atual, realizada com apoio da META e do International Center for Journalists (ICFJ). Na edição da semana, provocada por Marcelo Godinho, Miriam Bondim começou contando que Mangaratiba foi distrito de Itaguaí entre 1818 e 1831, com exceção de Conceição de Jacareí, que pertencia a Angra dos Reis; e da Serra do Piloto, então território do antigo município de São João Marcos.
Na conversa que remontou a época das capitanias hereditárias, Mirian Bondim passou pela chegada dos portugueses, lembrando que a primeira doação de terras em Mangaratiba ocorreu em 1567, quando Bartolomeu Antunes e Vitória de Sá, não constando, contudo, que já naquela época eles tenham colonizado as terras da região. A conversa continuou passando pela origem do nome do município, com a historiadora citando controvérsias sobre sua origem na banana ou em bromélias. Ela, a propósito, disse que sua convicção é a de que o nome se refere à terra de muita banana.
CONTROVÉRSIAS SOBRE ÍNDIOS E O NOME “ITAGUAÍ”
Em outra parte do bate papo, novas controvérsias surgiram dessa vez sobre uma eventual presença de jesuítas na igreja de Mangaratiba, versão em que ela disse não acreditar. Outra abordagem a que Mirian se referiu foi o aldeamento de índios na Ingaíba, na Capela de São Braz, iniciativa que não teria dado certo por conta da água salobra que abundava no local, além da maré alta. Foi quando Martim Corrêa de Sá transferiu o aldeamento para o centro Mangaratiba, numa capela sem a liderança de um padre.
Em outra parte da conversa, Mirian falou sobre a migração de índios de Mangaratiba para a região de Itinga, onde eles passaram a assistir missas, aí sim, com a presença de padres jesuítas. Na sequência, ela falou sobre a etimologia na denominação do nome de Itaguaí. “O nome era Taguaí; esse ‘I’ apareceu aí nomeio da história, modificando a origem do nome, que era água amarela”, enfatizou ela.
UM ENGENHO E “DUAS” LOCALIZAÇÕES
Mirian Bondim falou sobre um grande engenho de Martim Corrêa de Sá, chamado de Engenho de São Gregório, depois de Itacuruçá, que, curiosamente, fica em Muriqui. “Você não tem noção da dificuldade de estudar isso. Eu fiquei anos atrás do famoso Engenho de Itacuruçá. Ao mesmo tempo o povo em Muriqui me cobrava: ‘como você não sabe que ruínas são essas!’. Era muito difícil, pois não existe documento em Mangaratiba que consiga provar isso”, disse ela, com a autoridade de quem, como especialista no assunto, teve o cuidado de consultar o Arquivo Nacional, onde teve acesso ao original do documento de venda da propriedade.
CONHECIMENTO REGISTRADO EM LIVRO
A conversa seguiu por muitos caminhos, reforçando a ideia de que Mirian Bondim, como historiadora, carrega como missão a tarefa de manter viva a história da cidade em que nasceu e foi criada, e de que, seja em eventos e projetos de que participa, ela é incansável em legar para a gerações atuais os aspectos relevantes que fizeram e fazem a história do município, incluindo seus patrimônios histórico-culturais, numa preocupação que a levou, depois de muitos anos de pesquisa, a escrever o livro “A história de Mangaratiba por seus patrimônios histórico-culturais”, lançado pela Litteris Editora, em 2021. Para acompanhar na íntegra a conversa de Marcelo Godinho com Miriam Bondim basta clicar aqui.
A VICE-PREFEITA E SECRETÁRIA MUNICIPAL EM SEROPÉDICA
Vandrea Furquim é mãe, empresária, vice-prefeita e secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos de Seropédica. Durante sua gestão ele caracteriza seu trabalho com um empenho em favor dos direitos das mulheres e das pessoas em situação de vulnerabilidade social. Através de ações de conscientização, ela luta contra a violência a que muitas mulheres são submetidas, buscando caminhos para que elas tenham uma assistência eficiente por parte do poder público municipal.
Dentre as atividades realizadas à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos de Seropédica estão também as ações sociais itinerantes realizadas nos bairros mais distantes do centro e o projeto de Castrapet, desenvolvido em parceria com a Ellos Castrapet. Em alusão ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, ela é a convidada o Podcast Atual da quinta-feira (7).