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Pesquisadores da UFRRJ propõem medidas para gestão de projetos de conservação florestal

ESTUDO Uma pesquisa desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) no Parque Estadual Cunhambebe (PEC) revela a necessidade de investimentos em projetos que melhorem a adequação do uso da terra na zona de amortecimento. Além disso, a arrecadação de fundos deve ser planejada de acordo com os objetivos da gestão, o que também poderia contribuir para melhorar o monitoramento, o poder de fiscalização e o recrutamento de pessoal qualificado.

Além de ações que viabilizem a implementação de procedimentos de conservação, os pesquisadores recomendam algumas medidas políticas e de gestão, como o aporte de recursos financeiros para regularização fundiária de áreas sobrepostas ao PEC; a inclusão de orientações sobre as áreas do PEC nos planos diretores dos municípios que contemplam seus limites; a assistência técnica para melhoria da gestão da terra; e o fortalecimento das iniciativas de educação ambiental entre as comunidades locais.

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Entre outros resultados, os pesquisadores demonstram que a percepção das partes interessadas, os chamados stakeholders, influencia a efetividade da gestão das áreas protegidas; que um estudo multidisciplinar ajuda na avaliação da proteção da sociobiodiversidade; e que o mapeamento do uso da terra permite a compreensão de conflitos no planejamento de conservação.

A pesquisa é fruto da dissertação de Marcondes Coelho Junior no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais da UFRRJ. O estudo foi publicado no Journal of Environmental Management. Intitulado “Melhorando a efetividade do manejo e a tomada de decisões pelas perspectivas das partes interessadas: um estudo de caso em uma área protegida da Mata Atlântica Brasileira”, o artigo foi escrito por Marcondes Geraldo Coelho Junior; Bárbara Pavani Biju; Eduardo Carvalho da Silva Neto; Athila Leandro de Oliveira; Ana Alice de Oliveira Tavares; Vanessa Maria Basso; Ana Paula Dias Turetta; Acácio Geraldo de Carvalho; e Jerônimo Boelsums Barreto Sansevero.

O texto menciona que o arcabouço proposto no trabalho tem relevância internacional pela possibilidade de replicar a estratégia de pesquisa e abordagem metodológica em outros contextos. “Nosso estudo também contribui para o debate internacional sobre projetos de conservação de florestas com base no uso sustentável da terra e em abordagens participativas”, conclui Coelho Junior.

Áreas protegidas são espaços fundamentais que, além de garantir a conservação da sociobiodiversidade, proporcionam segurança hídrica para as populações do entorno e impedem a emissão de toneladas de carbono na atmosfera. No PEC, que possui cerca de 40 mil hectares, incluindo territórios de Angra dos Reis, Rio Claro, Mangaratiba e Itaguaí, os pesquisadores da UFRRJ desenvolveram estudos multidisciplinares para apoiar ações de planejamento estratégico que podem melhorar sua gestão. “Avaliar a efetividade do manejo em áreas protegidas é um instrumento fundamental para o alcance das metas de proteção da sociobiodiversidade”, diz Marcondes G. Coelho Junior, discente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais.  Ele explica que o cenário político brasileiro reforça a importância do estudo. “A administração atual do país está desmontando as políticas socioambientais, comprometendo a governança dos serviços ecossistêmicos de importância global. Assim, é de extrema importância apontar as questões sociopolíticas por meio de uma abordagem participativa que envolva a gestão de uma unidade de conservação e seus conflitos”, concluiu.

Redação

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