Itaguaí: Colégio Estadual José Maria de Brito agora é Intercultural Brasil-Japão
Duas turmas do Colégio Estadual José Maria de Brito, em Itaguaí, somando-se 35 alunos, vão iniciar o ano letivo de 2022 vivendo uma nova experiência, com uma imersão escolar voltada para o idioma e a cultura japonesa de um modo geral. O projeto é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Educação (Seeduc), que já protagonizou experiências do gênero em parcerias firmadas com representações consulares de países como Alemanha, China, Espanha, Estados Unidos, França, México, Rússia e Turquia.
Com o anúncio, a unidade escolar de Itaguaí passa oficialmente a ser nomeada como Colégio Estadual José Maria de Brito Intercultural Brasil-Japão. O estabelecimento foi escolhido para receber o projeto por causa de suas substantivas tradições educacionais e, também, pelo fato de Itaguaí ser a sede da maior colônia japonesa no estado do Rio de Janeiro. Os anúncios foram feitos pelo titular da Seeduc, Alexandre Valle, durante visita à unidade escolar itaguaiense, na quinta-feira (18).
Durante o encontro o secretário anunciou ainda o projeto de implantar no Ciep de Chaperó uma unidade da Escola Criativa de Oportunidades (ECO). “Hoje, temos escolas do século XIX e alunos do século XXI”, discursou ele, adiantando que a ECO Chaperó será uma unidade dotada de alta tecnologia, em que haverá reconhecimento facial do aluno, lousa digital, robótica, gamificação, sala maker, música, arte, esporte, energia solar e aproveitamento de água. “Essas escolas funcionarão em horário integral. É uma mudança de conceito dos Cieps, trazendo-os para o mundo atual”, afirmou o secretário.
Alexandre Valle também falou sobre a qualificação dos corpos docentes das unidades estaduais. “Precisamos também de professores qualificados e capacitados. Por isso estamos tirando do papel, ainda neste ano, a UniverSeeduc, uma universidade corporativa da nossa Secretaria, que será o nosso centro permanente de qualificação dos nossos professores da rede”, afirmou. “Os professores querem o crescimento dos nossos alunos. Vamos marcar no ensino médio. Não vamos passar pelo ensino médio”, completou ele.
DISCURSOS RESSALTAM QUALIDADE
Os discursos de saudação ao secretário foram marcados pela defesa do ensino de qualidade. A diretora geral Zélia Maria Corrêa, por exemplo, falou sobre a ansiedade que marca os momentos que antecedem ao projeto, lembrando que haverá um grande esforço para que os resultados alcancem no futuro os 600 alunos do colégio.
“É importante que tenhamos uma ampla divulgação para que a comunidade japonesa e toda a nossa cidade conheça a grandeza desse projeto”, disse ela. Já a diretora adjunta, Jussara Castilho de Souza Lima, enfatizou que o município sairá ganhando com a iniciativa. “A história da colônia japonesa na cidade não pode se perder e para isso teremos parcerias com a Uerj e o Consulado do Japão”, salientou.
Integrante da colônia japonesa na cidade, Kasuhiro Issobe falou sobre a importância de construir pontes para gerar frutos como os que saíram do próprio Colégio José Maria de Brito ao longo dos anos: “É uma escola diferente, com dedicação dos professores que se mantêm firmes na tarefa que lhes é atribuída, sendo responsáveis por histórias de sucesso”, disse. Uma delas é a do ex-aluno Alexandre Akio, aprovado para o curso de Medicina na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), que também participou do evento. Ele aproveitou para dar um testemunho sobre o papel da escola na sua formação, momento em que também homenageou a diretora Zélia Corrêa, entregando-lhe um buquê de rosas.
INSCRIÇÕES PROCURADAS
Superintendente de Projetos Estratégicos da Seeduc, Viviane Dorado disse ao JORNAL ATUAL que, das duas turmas propostas para o início do projeto, uma e meia já estão completas. Ela disse que os alunos vão estudar em horário integral, com a possibilidade de vivenciar a interculturalidade em experiências que vão contar com a participação de professores estagiários em cursos livres sobre diversos temas, incluindo a língua japonesa. “Assim eles terão enriquecimento curricular e ao mesmo tempo os alunos serão empoderados como cidadãos do mundo, acreditando em novas escolhas”, concluiu.