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Grupo Urca de Energia quase dobra investimentos em Seropédica e planeja contrapartidas à cidade

O Grupo Urca Energia assumiu no início do ano as operações da Gás Verde em Seropédica, onde fica a maior produção nacional de biometano – como é chamado o biocombustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás que sai de lixo urbano (resíduos sólidos) e dejetos de animais. E desde então, o conglomerado vem traçando planos grandiosos, como, por exemplo, um investimento de R$ 500 milhões até o fim de 2023.

Deste total para aplicação em três usinas – Nova Iguaçu e São Gonçalo são as outras –, a maior parte vai para a de Seropédica, que fica no aterro sanitário do município – o maior para tratamento de chorume do Brasil –, localizado na altura do km 107 do Arco Metropolitano. Assim, em breve, o espaço terá uma produção quase 100% maior em relação à atual, passando de 120 mil m³/dia para 200 mil m³/dia – o que vai equivaler à metade da produção total, estimada em 400 mil m³/dia.  

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Tal aumento de produção no município provavelmente vai refletir na meta que a companhia tem de dobrar o faturamento para o ano que vem, saindo de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão. E, diante de todos estes números robustos, é natural que o cidadão seropedicense pergunte: “o que ganhamos com isso?”.

Em entrevista ao ATUAL, Marcelo Sodré, diretor de Logística e Comercial da Gás Verde, ressaltou que vêm de Seropédica e adjacências 60 profissionais, cerca de 90% do quadro de funcionários da Gás Verde – que além da Gás Verde, abarca ainda EVA Energia, Urca Trading e Urca Gás. E mais: com o aporte de R$ 500 milhões, a expectativa é de abrir mais 75 postos de trabalhos no município nos próximos dois anos.

Ainda no campo da empregabilidade, Marcelo destaca que a proposta do grupo não se limita a criar vagas, mas também proporcionar mão de obra qualificada no setor de produção de biocombustível: “Pela experiência que temos, nós conseguimos replicar essa qualificação em Seropédica. Então, geramos empregos diretamente e também conhecimento para qualificarmos esses profissionais”.

PROJETO SOCIAL

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Em Nova Iguaçu, um dos outros dois municípios onde atua, o grupo encampa um projeto social. Trata-se de uma parceria com o Nova Iguaçu Futebol Clube, que recebe custeio e acompanhamento para atender a cerca de 300 crianças, não só para o encaminhamento para uma possível carreira no esporte, mas também para a formação de cidadãos.

O mesmo pode acontecer em Seropédica: “Temos uma preocupação com a educação, a saúde e a alimentação das crianças. Queremos transformar a vida dessas pessoas, para que os jovens de hoje sejam os nossos líderes amanhã. E não é só uma iniciativa de projeto social, porque aprendemos com eles também. É uma via de mão dupla”, salienta Marcelo Sodré, sem precisar uma data para o início do trabalho: “Seria prematuro dar prazo agora. Mas esperamos que em breve”.

Em Seropédica, a companhia trata o biogás que sai do lixo urbano e o transforma em biocombustível gasoso renovável (Divulgação)

ENGAJAMENTO AMBIENTAL

Do social para o ambiental, Sodré lembra também que, através de um processo de reformulação de marca recente, a empresa tem se posicionado no sentido de se comprometer mais com o ecossistema.

Ao ressaltar as operações atuais do grupo que evitam que 500 mil toneladas de CO₂ (gás carbônico) cheguem à atmosfera, o diretor explica outro procedimento que reforça tal compromisso: “Começamos agora em novembro a entrega do biometano a clientes de veículos pesados usando o próprio biometano para nosso deslocamento. Ou seja, evitamos a poluição com o biocombustível que fornecemos e também quando o entregamos”.

OPÇÃO AO GNV

Por falar em empresas que utilizam o biometano em seus maquinários e veículos pesados, o executivo acredita não estar muito distante o futuro em que será comum também motoristas usarem o biocombustível em seus carros de passeio. Inclusive, como uma alternativa mais sustentável em relação ao GNV (Gás Natural Veicular).

Isso porque o biometano nada mais é do que o biogás que sai dos resíduos sólidos nos aterros sanitários e recebe um tratamento de purificação, o que evita a emissão de gases poluentes no processo de combustão: “Se o carro já é convertido para GNV, o motorista vai poder usar o biometano normalmente. O rendimento é o mesmo, mas ele vai ter a questão do combustível renovável, sem emissão de gás natural”, observa Marcelo.

CO² VERDE

Ainda na linha em prol do Meio Ambiente, o Grupo Urca Energia pretende inaugurar, dentro dos próximos dois anos, uma usina para produção de CO² Verde, substância que consiste no gás carbônico tratado com 99,9% de pureza. A ideia é produzir 100 toneladas/dia a partir de resíduos sólidos de aterro sanitário – assim como acontece com o biometano.

Essa proporção diária de CO² Verde, de acordo com Marcelo Sodré, vai equivaler a 10% da produção nacional. O destino será a indústria alimentícia e de bebidas, que a utiliza para conservar qualidade e proporcionar quantidades específicas em bebidas gasosas: “Assim, Seropédica será um dos maiores produtores de CO² Verde do país”, garante o diretor, lembrando mais uma contrapartida para a cidade: “Nossas operações geram impostos para a região”.    

Redação

O Atual atua desde 2001 em Itaguaí, Mangaratiba e Seropédica com notícias, informações e demais serviços jornalísticos, digitais e audiovisuais. Além disso, aborda ocasionalmente assuntos que envolvem também a Zona Oeste da capital do Rio de Janeiro. O Atual oferece matérias e vídeos em seu site e nas suas redes sociais, com o compromisso de imprensa legítima e socialmente responsável.

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