Em Itaguaí, polícia prende PM acusado de furto de combustível
Em ação conjunta na manhã desta quinta-feira (22), a Polícia Civil e o Ministério Público (MPRJ) prenderam um policial militar em Itaguaí sob suspeita de furto de combustível. Lotado no 18º BPM (Jacarepaguá), Claudio Rafael Bernardino estava em casa quando recebeu voz de prisão dos agentes, que apreenderam na residência um revólver calibre 38mm, uma granada, munições, carregadores e armas de Air soft.
Além de Claudio Rafael, que é acusado de ser o chefe da quadrilha, mais dois integrantes do grupo foram presos e um segue foragido. O quarteto era alvo de mandados de prisão que a 3ª Vara Especializada em Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro expediu.
O MP não divulgou os nomes dos outros dois detidos e do foragido. Mas os integrantes do bando identificados pelo órgão são Carlos Alberto Rabelo Costa, Claudio Henrique Bispo de Rezende, Saulo Lemos e Silva, Gabriel Lucas de Almeida Silva, vulgo Tartaruga, e Jhony Soares França. Todos denunciados por organização criminosa e furto qualificado.
Além dos quatro mandados de prisão, há outros 11 de busca e apreensão, que policiais cumprem em municípios como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Queimados, São João de Meriti e Cachoeira de Macacu, além de Itaguaí.
DENÚNCIA DA TRANSPETRO
A investigação começou em janeiro, quando o MP recebeu denúncia da Transpetro, empresa de transporte e logística de combustíveis que opera importação e exportação de petróleo e derivados, gás e etanol.
Um ponto crucial que levou à prisão do PM foi a terceira investida da quadrilha, em 29 de janeiro, oito dias após a denúncia sobre a primeira. Na ocasião, policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) seguiram para o local e entraram em confronto com criminosos, que deixaram para trás um carro. No interior do veículo, estavam documentos, um telefone celular e munição.
A partir daí, o MP descobriu a quadrilha, que tinha como base operacional um sítio próximo ao trajeto dos dutos de petróleo da Transpetro no bairro Campo Alegre, município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ainda de acordo com a investigações, o grupo realizava a extração e a exploração do combustível para a venda de gasolina a postos.
LUCRO E RISCOS
Com o crime, estima o MP, o bando faturava alto: “Em um único furo, a Petrobras estimou o prejuízo de R$ 300 mil”, disse o promotor Rogério Lima Sá Ferreira, do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ao jornal O Globo.
Segundo o Ministério Público, bandidos que atuam no furto de combustível cru costumam cometer esse tipo de crime em regiões afastadas dos centros urbanos, o que representa altos riscos, como de incêndios e explosões. Após a operação, o próprio promotor Lima Sá Ferreira lembrou um caso de 2019, em que uma menina de 9 anos morreu em Duque de Caxias depois de cair em uma poça de gasolina. Na época, a polícia concluiu que a mãe e o avô da garota estavam envolvidos no crime.
Na ocasião, por causa dos riscos, quatro famílias, um total de 17 pessoas, tiveram que deixar suas casas.
