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Eleições 2024: guerra digital já começou e induz eleitores a erro

Publicações sobre evento com ex-presidente Bolsonaro deixam claro que desinformação ou versões contaminadas por preferências políticas estão nas redes; cabe aos eleitores identificarem quem é quem

Não é proibido ter preferências políticas e manifestá-las nas redes sociais e na internet, a própria legislação eleitoral já determinou isto. Embora a campanha eleitoral ainda não tenha começado – 16 agosto é o estipulado no calendário – já começam a pipocar aqui e ali algumas manifestações nitidamente voltadas para a disputa, principalmente em Itaguaí, e que têm objetivos bem específicos. Em alguns casos, induzir o eleitor a erro ou forçar uma interpretação para diminuir este ou aquele candidato.

Hoje, a legislação proíbe apenas que o pré-candidato peça votos antes do dia 16 de agosto, mas várias postagens das redes sociais que tratam de Itaguaí vinculam pré-candidatos às possíveis chapas majoritárias. Têm sido frequentes as postagens com cidadãos posando com pré-candidatos e ambos com os polegares levantados, em gesto de “OK”. Delimitar o que é campanha antecipada nunca deixou de ser algo subjetivo, mas este não tem sido o principal problema pré-campanha. O que se afigura, ainda como ensaio, é a desinformação e a deturpação de fatos e registros. Coisa que deve piorar daqui para a frente.

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“Meio cheio, meio vazio”

A máxima do “copo meio cheio, meio vazio” encontra uma versão perigosa quando se trata de eleições. Veja o exemplo do recente evento com a presença do ex-presidente Bolsonaro em Itaguaí. Algumas páginas ironizaram a quantidade de pessoas. Uma delas buscou elementos de acusação do pré-candidato sem que ele fosse ouvido. Ocorre que blogs e páginas avulsas não têm compromisso com informação apurada ou responsabilidade jornalística, e se valem disso para provocar ou induzir interpretações.

No caso específico do evento com Bolsonaro, páginas “inimigas” fizeram vídeos antes da chegada de Bolsonaro, quando ainda havia poucas pessoas em aglomeração. O número de pessoas, claro, só aumentou de fato depois que ele chegou. O Atual esteve lá e constatou que havia centenas de pessoas. Mil, com certeza, não. Mas 50, também não.

Independente da preferência ideológica ou por este ou aquele candidato, o eleitor precisa estar atento ao tipo de informação que consome, quais fontes a distribuem, e quais motivações específicas há nessas fontes. Claramente elas estão afinadas por preferências eleitorais, e sem compromisso com a reprodução dos fatos, com veracidade, verossimilhança ou espaço equânime para as manifestações dos envolvidos.

Quase sempre essas fontes pretensamente jornalísticas – das quais até se valem de outras fontes também pretensamente jornalísticas para tentar conferir legitimidade, embora artificialmente – estão diretamente ligadas a pré-candidatos, sem que elas avisem ao eleitor dessa ligação.

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Cabe lembrar que se declarar a favor deste ou daquele candidato e fazer jornalismo não é proibido pela legislação. O que é proibido, ao fazer jornalismo, é privilegiar este candidato em detrimento daquele, ou mais retratar um candidato do que o outro, para favorecer um deles.

É o que já está sendo feito em Itaguaí, e cabe ao eleitor saber quem é quem. Escolher o seu candidato mediante informações falsas ou sem responsabilidade ao informar deve estar no radar de todos, para que a escolha seja adequada e dentro dos padrões republicanos e democráticos.

Como é bastante difícil imaginar punição para quem pratica desinformação na internet, o peso da escolha recai sobre o eleitor, que precisa estar atento às fontes.

Nesse sentido, embora com evidentes problemas, limitações e interferências de várias ordens, a imprensa legitimada e que responde civilmente pelo que publica ainda é um caminho, senão totalmente seguro, mas pelo menos com atenção das autoridades pelo que publica e espalha na internet e fora dela.

É o caso do Jornal Atual, que vai cobrir a eleições de acordo com a legislação e com o compromisso da equanimidade, do qual não pode abrir mão, não só pela convicção de atender ao seu público, mas sobretudo porque responde às autoridades eleitorais como imprensa legítima que é.

Contra a desinformação

Há ferramentas para ajudar o eleitor a separar o joio do trigo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibiliza às cidadãs e aos cidadãos o Sistema de Alerta de Desinformação Eleitoral.  A ferramenta, criada em junho de 2022, tem o objetivo de dar protagonismo à eleitora e ao eleitor no enfrentamento da desinformação durante o período eleitoral.

Todo cidadão pode e deve colaborar. As denúncias são realizadas por meio do Portal do TSE. Ao realizar o alerta, a usuário ou o usuário deve indicar qual o tipo de denúncia, que pode ser sobre desinformação; discurso violento ou odioso; disparo em massa; grave perturbação do ambiente democrático; indício de comportamento inautêntico; vazamento de dados/incidente cibernético.

Na página, a pessoa consegue indicar ao TSE quais conteúdos de caráter perverso, que fazem relação ao processo eleitoral, estão disponíveis nas redes sociais ou em plataformas de mensagens instantâneas.

Desinformações sobre candidatos ou partidos são feitas em outro sistema, o Pardal, também disponível no Portal do TSE (www.tse.jus.br).

O TSE é responsável por coletar os alertas e repassar para as plataformas digitais, que, por sua vez, avaliam se houve violação à legislação ou aos respectivos termos de uso. Os relatos recebidos ainda poderão ser encaminhados ao Ministério Público Eleitoral e demais autoridades para adoção das medidas legais cabíveis.

Desde o lançamento da plataforma até 23 de março de 2023, foram 43.559 denúncias de notícias falsas, descontextualizadas ou manipuladas sobre o processo eleitoral brasileiro.

Como identificar uma notícia falsa?

O TSE disponibiliza um vídeo para que os eleitores possam identificar uma notícia falsa, com dicas preciosas para quem não quer que seu voto seja contaminado pela desonestidade de alguém. Basta clicar no “play” abaixo:

Jupy Junior

Jupy Junior é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) com Mestrado em Comunicação pela mesma instituição. Atuou em diversas empresas jornalísticas e como assessor de imprensa. Recebeu o título de cidadão itaguaiense, concedido pela Câmara Municipal de Itaguaí, em 2012. Lecionou em cursos de graduação Comunicação Social nas Universidade Estácio de Sá (UNESA) e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Foi subsecretário de Comunicação Social e Eventos na Prefeitura Municipal de Mangaratiba em 2016. Atuou como Editor Executivo do Jornal Atual entre 2012 e 2015 e é Diretor de Jornalismo do Jornal Atual desde 2021.

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