Defesa Civil de Itaguaí interdita patrimônio histórico
A Defesa Civil de Itaguaí, após uma denúncia anônima, interditou um dos patrimônios históricos mais importante da cidade, a Casa de Quintino Bocaiúva, na rua de mesmo nome, ao identificar sérios riscos estruturais que podem ocasionar o desabamento do imóvel.
Segundo Eduardo Carvalho, subsecretário da Defesa Civil e tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, o patrimônio apresentou colapso parcial do teto e do segundo pavimento, o que comprometeu sua resistência. Durante a inspeção, os agentes também notaram o perigo de desprendimento de placas externas, além de sancas e telhas soltas.
O proprietário do imóvel disse que não poderia arcar com as despesas de manutenção. A esse respeito, o subsecretário declarou que o poder público não poderia assumir essa responsabilidade. No entanto, devido à importância histórica, a prefeitura providenciou uma pesquisa na legislação municipal para determinar em que medida o município pode contribuir. Carvalho ponderou que o município do Rio de Janeiro tem legislação que autoriza a prefeitura a intervir em casos desse tipo.
A Prefeitura abriu um processo para oficializar a intervenção, notificou o proprietário do imóvel sobre a situação e, paralelamente, por meio da Secretaria de Obras, faz um estudo técnico com o objetivo de avaliar as medidas necessárias para conservar a fachada e demais aspectos estruturais da Casa de Quintino Bocaiúva.
O casarão e seus inquilinos
Construída em 1873, a casa, tombada pela Câmara dos Vereadores, também teria abrigado a Câmara da Guarda do Imperador, que no Brasil colonial servia de sede a órgãos da administração pública. As câmaras costumavam abrigar o procurador, a Câmara dos Vereadores, juízes de fora e de direito, o Tribunal, a Guarda Municipal e a cadeia pública.
Muitos afirmam que o casarão teria servido de residência ao itaguaiense Quintino Bocaiúva, homem ilustre que teve uma participação significativa na imprensa, na política e nas relações internacionais do Brasil no século XIX.
Natural de Itaguaí, foi um defensor ativo do fim da escravidão. Além disso, desempenhou um papel notável na proclamação da República, sendo o único civil a cavalgar ao lado de Benjamin Constant e Marechal Deodoro da Fonseca junto às tropas que se dirigiam ao quartel-general do Exército Brasileiro, na manhã de 15 de novembro.
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