Jornalista de Angra recebe carta que alerta sobre trama para matá-la
Danielle Afif, do jornal A Cidade, procurou as autoridades e decidiu sair de Angra dos Reis
A jornalista Danielle Afif, dona do jornal e do portal A Cidade, em Angra dos Reis, divulgou um vídeo (assista acima) em que mostra uma carta cujo conteúdo é um relato sobre uma trama para assassiná-la. Conforme Danielle explica no vídeo, a carta conta que, em um churrasco, políticos da cidade e traficantes do Comando Vermelho teriam combinado um atentado para tirar a vida dela por R$ 50 mil.
O Atual conversou com Danielle por telefone na manhã desta sexta-feira (26). Ela disse que atua com jornalismo em Angra dos Reis há 26 anos, e que esta é primeira vez que vivencia algo do tipo.
A jornalista tomou providências depois de ter recebido uma carta pelo correio, postada no dia 9 de julho e recebida 10 dias depois. A princípio, Danielle não abriu a carta por conta das atribulações do dia a dia, mas depois que abriu percebeu a gravidade da situação.
O texto da carta não assinada e sem remetente conta que políticos de Angra dos Reis (alguns dos citados são pré-candidatos) confraternizavam com traficantes do Comando Vermelho em um churrasco possivelmente no dia 6 de julho, e que acertaram o valor de R$ 50 mil para matá-la. Ainda de acordo com a carta, Danielle já estava sendo monitorada a fim de que empreendessem a ação criminosa.
Nomes e determinados detalhes mencionados na carta estão sendo mantidos em sigilo para não prejudicar as investigações.
Além de registrar ocorrência na 166ª Delegacia de Polícia, a jornalista acionou o Ministério Público Criminal e Eleitoral e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que prometeu atuar junto à Justiça para cobrar resultados das investigações. Ela também decidiu sair da cidade e tomar outras providências em prol da sua segurança.
Danielle disse ao Atual que tem feito jornalismo investigativo em Angra dos Reis, e que as matérias que o portal do A Cidade publica têm incomodado políticos. Por isso, ela acredita que a carta não deve ser ignorada e que a ameaça implícita que ela contém merece atuação incisiva da polícia e das demais instituições.