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Professora premiada sonha com educação mais lúdica em Itaguaí

Assim como milhões de professores Brasil afora, Rosemary Gomes conhece intimamente os desafios para se exercer a nobre profissão no país: desvalorização, piso salarial baixo na média nacional, falta de estrutura para trabalho em muitos casos… Mas ela não desiste. Pelo contrário, pensa em contribuir ainda mais com o futuro de muitas crianças a partir da Educação. E o local para cumprir tal missão ela já escolheu: Itaguaí.

Professora de Educação Infantil, Rosemary, aos 56 anos de idade, está há 10 em Itaguaí. Neste período, trabalhou na Creche Renato Barbosa Ladislau e na Escola Municipal Maria Guilhermina, onde leciona atualmente, ambas no bairro Leandro.

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Além de educadora, também é escritora. E é com os frutos deste trabalho paralelo que ela sonha levar diferentes benefícios aos seus alunos itaguaienses: “Gostaria de conversar com a secretária [de Educação e Cultura, Nilce Ramos], mostrar meus desenhos, meus livros”, revela a professora, em entrevista ao ATUAL.

OBRA LÚDICA

Rosemary Gomes, inclusive, já tentou agendar com Nilce Ramos, que se mostrou disponível, mas o encontro não saiu por compromissos profissionais da professora. Mas se um dia ficarem frente a frente, o que a educadora pretende fazer é sugerir à secretária que seu acervo de 13 contos infantis, 40 antologias e cinco desenhos animados se tornem itens oficiais do material didático da rede municipal de ensino.

Dentre seus desenhos animados disponíveis no YouTube e livros, estão “Thuty, o nosso amigo Jacaré”, “A Girafa Melissa”, “A Formiga Estrela” e “A Árvore da Minha Vida” (clique no título de cada um para acessar o desenho) – este último é inspirado em uma árvore que fica no pátio da Creche Alegria de Nova Cidade, onde ela trabalhou em Campo Grande, e ainda vai virar livro.

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A educadora e a menina Helena, uma de suas alunas na Escola Municipal Maria Guilhermina (Acervo pessoal)

RELAÇÃO COM A NATUREZA

Em comum, os títulos remetem a elementos da natureza, como animais e árvores, o que tem tudo a ver com um dos valores que ela planeja passar aos pequenos por meio de sua obra: “Meus livros levam paz e motivação às crianças, além de encantamento pela natureza, preservação, cuidado. Eu acredito muito nisso”, enfatiza Rosemary, que venceu o prêmio por voto popular da produtora Literarte Kids como melhor desenho infantil com “O dinossauro Ben”; e o prêmio pela editora Viverarte como melhor escritor internacional pelo seu texto na coletânea “Palavras sem fronteiras”, lançada em Los Angeles (EUA).

O livro “O dinossauro Ben” deu origem à animação que recebeu o prêmio de melhor desenho infantil da produtora Literarte Kids (Reprodução)

A propósito, Rosemary já vem apresentando seus trabalhos lúdicos à criançada. E o retorno tem sido positivo: “Levo os livros para a sala de aula, faço contação de histórias com animação. As crianças gostam muito, ficam encantadas. Elas mostram um olhar exigente e encantador ao mesmo tempo””, brinca a professora, que é membro de instituições como Academia de Letras e Artes de Cabo Frio (Alacaf); Núcleo de Letras e Artes de Portugal (Nalap); e Academia de Letras de Goiás.

Ainda sobre reforçar a relação entre a criançada e o meio ambiente, Rosemary afirma que apostaria mais em passeios por áreas de natureza, algo pouco comum atualmente na cidade: “Lembro de uma ida a um parque natural em Coroa Grande. Mas seria interessante fazer mais vezes, como complementação pedagógica. Trabalharíamos a imaginação, criatividade e, claro, a conscientização do amor à natureza”.

Rosemary Gomes sonha em melhorar o futuro de crianças como a menina Helena a partir de uma abordagem lúdica (Acervo pessoal)

LIVRO SOBRE ITAGUAÍ

Outra ideia da professora para a Educação em Itaguaí é lançar um livro com a cidade como pano de fundo: “Já pensei em escrever um livro sobre a história do município ou a trajetória de um escritor famoso da cidade. Mas isso está só na cabeça por enquanto, porque falta tempo. Trabalho o dia inteiro”, revela.

A falta de tempo, aliás, tem a ver com a dupla jornada diária que toma conta da semana da professora Rosemary – residente do bairro Padre Miguel, Zona Oeste da capital fluminense. Além da Escola Maria Guilhermina, ela também é concursada para trabalhar na Escola Municipal Mané Garrincha, em Campo Grande, também na Zona Oeste. Ou seja, muito mais perto de casa.

Mas, apesar do deslocamento de cerca de uma hora e meia via ônibus rumo a Itaguaí – que a faz sair de casa às 5h30 e retornar às 19h –, ela não pensa em deixar de ensinar no município: “Passo o dia inteiro longe, mas gosto muito de trabalhar em Itaguaí. Gosto muito daqui, das crianças. Elas são simples, puras. Acho o local belo também. Tem quem não goste, mas eu gosto”.

*Segundo a professora Rosemary, a mãe da aluna Helena autorizou a publicação de suas fotos na reportagem

Luiz Maurício Monteiro

Repórter com mais de 15 anos de trajetória e passagens por diferentes editorias, como Cidade, Cultura e Esportes.

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