Mazomba, em Itaguaí, continua com problemas no fornecimento de energia elétrica
Moradores de Mazomba, em Itaguaí, continuam reclamando do problema no fornecimento de energia na região, mesmo depois de a Light ter iniciado uma das ações para tentar sanar o problema na localidade. No último dia 29, a concessionária começou a poda de árvores na Estrada de Mazomba.
Os galhos das árvores, ao longo de quase toda a estrada, toca na rede de alta tensão, o que interfere no fornecimento eficaz de energia. Mas isso não é tudo. Moradores relatam que postes e transformadores também estão em péssimas condições. A Light não declarou se mexerá em tais estruturas, o que leva os moradores à total incredulidade em relação ao trabalho da empresa.
“A Light, no dia 29, colocou equipes na estrada para realizar a poda de árvores. Detalhe: somente para prestar contas de que estão fazendo algo, pois cortaram alguns galhos e o problema permanece. Passamos por interrupção rápida no serviço na quarta (27), na quinta (28) ficamos da madrugada até o meio do dia sem luz e depois, com apenas uma fase funcionando. Na sexta (29) tivemos falta de luz em parte da Estrada. Na madrugada do dia 29 para o dia 30 faltou luz. Tenho até o protocolo de reclamação. No domingo (01), sofremos com o pisca-pisca da luz. Enfim, a Light fez o de sempre. Ou seja, nada”, desabafa Alexandre Conrado, diretor executivo do Conselho Comunitário de Mazombinha e Rio Preto (CCMRP).
A LIGHT
No dia 21 de abril, em resposta aos questionamentos feitos pelo ATUAL, a Light afirmou, por meio de nota, que havia realizado uma visita técnica à região e que algumas intervenções serão necessárias. Veja nota:
“A Light informa que realizou uma visita técnica ao local. Por se tratar de uma região muito arborizada e visando a melhoria na qualidade do fornecimento de energia para região, serão necessárias algumas intervenções da companhia que vão ser realizadas ao longo dos próximos meses. A primeira delas está agendada para o dia 29 de abril, com serviços de poda. As demais serão agendadas de acordo com o cronograma de manutenção da companhia”.
Como visto acima, a concessionária não informa quais serão as outras intervenções além da poda de árvores. Não informa também o cronograma de manutenção. Fato que deixa a todos no escuro sobre as próximas ações na tentativa de melhorar a situação.
BUSCA POR AJUDA
Após o protesto que moradores de Mazomba fizeram na frente da sede da Light em Itaguaí, no dia 18 de abril, o grupo fez um périplo pela cidade em busca de apoio para atender sua necessidade.
Como a luta por um fornecimento de energia de qualidade já é antiga, desde 2016, o conselho comunitário questiona o Ministério Público (MP) sobre o andamento do inquérito civil nº 033/2021, que visa investigar as causas do péssimo serviço prestado no fornecimento de energia em Mazomba. “No dia 29 entregamos um ofício na Tutela Coletiva do MP de Itaguaí pedindo posição sobre o inquérito civil 033/21, pois não sabemos o que o MP-RJ fará com esse inquérito”, conta Conrado.
O diretor do conselho comunitário relata que entregou um ofício, em 19 de abril, em que solicita ajuda da Câmara Municipal de Itaguaí (CMI) para resolver o problema. Houve ainda a entrega de vasta documentação e o pedido da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o que impede o fornecimento de um bom serviço pela Light na região.
O ATUAL entrou em contato, por e-mail, com a CMI para saber se os vereadores e as comissões tomaram alguma medida em relação ao caso. No entanto, até a publicação dessa matéria não houve qualquer resposta.
Os munícipes de Mazomba também pediram ajuda ao Executivo Municipal. No dia 20 de abril, a Prefeitura de Itaguaí respondeu ao ATUAL: “…A Secretaria de Obras ficou de enviar um ofício à concessionária Light assim que receber uma lista de abaixo assinado dos moradores solicitando as providências cabíveis para sanar a situação”.
Tal abaixo assinado já foi entregue à prefeitura, junto com um ofício, no dia 19 de abril. Porém, não se verificou qualquer providência. “A prefeitura não se posicionou quanto ao que fez após a reunião do dia 18 e a câmara, apesar do nosso ofício, nada respondeu. Enfim, continuamos abandonados”, lamenta Alexandre Conrado.