Funcionários da CSN em Itaguaí fazem paralisação
Os funcionários da Tecar e da Sepetiba Tecon, terminais administrados no Porto de Itaguaí pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), anunciaram que farão uma paralisação na próxima sexta-feira (8). O objetivo é chamar a atenção para a longa pauta de reivindicações que eles querem discutir com a direção da empresa. O movimento, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Portuários dos Portos do Estado do Rio de Janeiro, partiu dos próprios funcionários e não tem organização da entidade, embora conte com o seu apoio.
Sergio Mendonça, vice-presidente do Sindicato, disse ao ATUAL: “A paralisação é espontânea e o sindicato apoia. Apontamos o mal tratamento que a empresa dá aos empregados. São os menores salários das atividades portuárias no Rio de Janeiro e em Itaguaí. A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) não está sendo praticada pela empresa, o lucro a CSN divide entre os acionistas e, aos seus empregados, pratica arrocho salarial. Estamos em negociação do acordo coletivo para tentar recuperar as perdas salariais dos últimos anos”.
O Tecar é o terminal cativo para exportação de minério de ferro e o Sepetiba Tecon é um terminal com instalações, serviços e capacidade superior à média dos terminais nacionais, o que possibilita tornar-se o porto ideal para a concentração e distribuição de cargas no Atlântico Sul.
REAÇÃO
O movimento em Itaguaí na verdade é um reflexo que ocorre em Volta Redonda. De acordo com o jornal Folha do Aço, há mobilização na cidade pelo estado de greve. Na terça-feira (5), um grupo de trabalhadores da área de manutenção da Usina Presidente Vargas (UPV) promoveu uma paralisação.
Como em Itaguaí, o movimento na Cidade do Aço não teria a participação dos sindicatos dos Metalúrgicos e da Construção Civil.
Os trabalhadores da UPV estariam reivindicando uma pauta de negociação semelhante à apresentada pelos companheiros da CSN Mineração. O grupo defende o pagamento de R$ 10 mil de PPR para todos os colaboradores (a ser pago até 30 de abril) e reajuste salarial de 30% mais a correção do INPC (em 2021 o índice acumulado foi de 10,16%). A data-base do acordo seria referente a 1º de maio.
Em outro item pretende reajustar o valor do cartão alimentação para R$ 800, pagamento de hora extra mensal e plano de saúde nacional.
Embora de um ramo diferente – em Volta Redonda é metalurgia e em Itaguaí é portuário – o que parece ocorrer é uma reação em cadeia na forma de lista de reivindicações que atinge a empresa em diferentes frentes.
O que mobiliza os funcionários nas suas pautas – com destaque para reajuste salarial – são os lucros que a empresa anunciou. Em 2021, a CSN registrou lucro líquido de R$ 13,6 bilhões, o que significa um aumento de 217% em relação a 2020.
CSN NÃO SE PRONUNCIA
A reportagem buscou um posicionamento da CSN a respeito do assunto, mas até a publicação desta matéria não recebeu uma resposta. Tão logo a empresa envie uma nota, será aqui publicada.