Itaguaí: CPI 002 vai pedir condução coercitiva de depoente

Aprovada para investigar o furto de notebooks das dependências da secretaria municipal de Educação, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Itaguaí parece que decidiu sair do marasmo: anunciou que vai convocar de forma coercitiva um depoente que, segundo os edis, faltou pela terceira vez à oitiva. A ideia surgiu durante a sessão de hoje (15), que resultou em mais uma tentativa frustrada de ouvir Edson Ricardo Oliveira. Segundo o presidente da CPI – Haroldo Jesus, e os membros da CPI, o policial militar foi convocado pela terceira vez e, de novo, não apareceu para prestar depoimento.

ENTENDA AQUI A CRIAÇÃO DAS CPIS: https://jornalatual.com.br/carta-misteriosa-e-roubo-de-notebooks-motivam-criacao-de-cpis-na-camara/  

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VEJA AQUI O PRIMEIRO DEPOIMENTO DA CPI 001, SOBRE AMEAÇAS AO PRESIDENTE GIL TORRES: https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=897559650915105

EM 34 DIAS, CPIs DA CÂMARA NÃO AVANÇARAM: POUCO OU NADA SE SABE: https://jornalatual.com.br/em-34-dias-cpis-da-camara-de-itaguai-nao-avancaram-pouco-ou-nada-se-sabe/

A sessão desta terça-feira (15) não foi anunciada na imprensa e nem nos canais oficiais da CMI, algo comum em relação às duas CPIs aprovadas em plenário de forma unânime, em 8 de março. Há perguntas sem resposta e procedimentos pouco usuais no que diz respeito à publicidade de ambas as comissões. O ATUAL solicitou diversas vezes entrevistas com os presidentes das CPIs, mas não obteve, até agora, qualquer resposta.

LINHA ÚNICA DE INVESTIGAÇÃO

Embora os procedimentos das CPIs sejam atípicos que no que tange à informação pública, hoje, com a transmissão da sessão da oitiva (disponível no Facebook, clique aqui), sabe-se enfim que a convocação de Ricardo Oliveira tem um motivo. Segundo os vereadores, ele tem publicado nas redes sociais informações sobre o furto dos equipamentos. A intenção é que ele conte para a CPI o que sabe para que seja possível identificar os mentores e autores do furto.

Da esq. para a direita: José Domingos, Gil Torres (de pé), Haroldo Jesus (ao centro) e Sandro da Hermínio durante sessão frustrada desta terça-feira (15). Disposição agora será outra, prometem os vereadores (Reprodução Internet)

A insistência pelo depoimento de Oliveira não deixa entrever outras linhas de investigação. Não há informações sobre outros convocados, não há menção à empresa de vigilância responsável pelas dependências da secretaria de Educação, não há solicitação de registro de câmeras de circuito interno etc. A CPI 002, parece, fixou-se apenas no policial e no que ele supostamente tem dito.

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Se não tem sido assim, a CPI então não oferece explicações sobre as linhas de investigação que pretende seguir. Da forma como os trabalhos se apresentam, é razoável supor que tudo corre muito lentamente, com pouco ou nenhum avanço para descobrir o que aconteceu de fato.

CONDUÇÃO OBRIGATÓRIA

O presidente da CPI 002, Haroldo Jesus, disse que a insistência de Oliveira em faltar contradiz a sua missão como policial. O presidente da CMI, Gil Torres, repetiu o raciocínio, ao falar brevemente ao final da sessão de oitiva: foi ele quem afirmou categoricamente que o próximo passo da CPI 002 é solicitar a condução coercitiva do depoente.

Durante a sessão, o vereador Sandro da Hermínio leu a convocação que, segundo eles, Ricardo Oliveira não atendeu. O documento inclusive menciona o superior do policial, que, em tese, teria tomando ciência do convite dos parlamentares.

Só que, caso se concretize o que foi dito na sessão hoje, não será mais convite. A condução coercitiva é um instrumento que funciona como uma convocação da qual não se tem como escapar: a polícia conduz o depoente até o local em que se tomará dele o depoimento.

E, mais uma vez, a sessão da CPI 002 terminou sem uma nova data marcada para que a população consiga acompanhar ou saiba quando esperar mais da investigação.

Redação

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