CONFIRA A VERSÃO DIGITAL DA REVISTA "ITAGUAÍ 206 ANOS"!

Clique aqui e leia

Veja como bebidas isotônicas podem prejudicar a saúde bucal

O consumo frequente de bebidas isotônicas, amplamente utilizado por adolescentes e atletas para repor eletrólitos após a prática de atividades físicas, pode trazer riscos à saúde bucal. Elas contêm sódio, potássio e carboidratos, como açúcares, que fornecem energia rápida. No entanto, seu alto teor de açúcares e sua acidez podem contribuir para o desenvolvimento de cáries e a erosão do esmalte dental.

Analúcia Marangoni, professora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, explica que a erosão ácida ou desgaste dentário erosivo, é um processo químico na qual acontece uma perda patológica da superfície dentária devido à exposição a ácidos não bacterianos, ou seja, ácidos que não envolvem o açúcar. “Essa condição pode resultar em perda de minerais da superfície do esmalte, tornando os dentes mais vulneráveis a danos.” 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Causas do desgaste dentário erosivo 

O desgaste dentário erosivo pode ocorrer em resposta à exposição frequente a ácidos intrínsecos, como o ácido gástrico produzido pelo próprio organismo, ou a ácidos extrínsecos, presentes em alimentos e bebidas, especialmente frutas, sucos, refrigerantes e isotônicos. 

A especialista alerta que os isotônicos possuem um pH baixo, que varia entre 2 e 3, tornando-os altamente erosivos para o esmalte dental. “Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) comparou a perda mineral após a exposição a esses produtos e constatou que as bebidas isotônicas são muito erosivas. Todos os líquidos e alimentos com pH abaixo de 5,5 podem ser nocivos para o esmalte dental”, destaca Analúcia. 

O pH baixo nas bebidas, como os isotônicos, é usado para intensificar o sabor e evitar o desenvolvimento microbiológico. A saliva, que normalmente ajuda a neutralizar o processo de desmineralização, não consegue compensar os danos quando o consumo dessas bebidas é contínuo. “O consumo frequente de isotônicos pode causar opacidade do esmalte e maior sensibilidade dental a médio prazo”, alerta a professora. 

Adolescente bebendo água e sentindo o dente sensível
O desgaste dentário erosivo pode afetar qualquer pessoa que consuma muitos alimentos e bebidas ácidos (Imagem: Prostock-studio | Shutterstock)

Problema pode afetar qualquer pessoa

Segundo Analúcia, a adolescência é uma fase de maior liberdade e menos controle alimentar, o que pode aumentar o risco de desenvolver erosão ácida, especialmente se não houver orientação adequada por parte dos pais e dos profissionais de saúde. “Contudo, o risco não se restringe apenas aos adolescentes; qualquer pessoa que consuma regularmente alimentos ou bebidas ácidas pode estar sujeita ao desgaste dentário erosivo”. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sintomas da erosão ácida

Os principais sinais de erosão ácida incluem sensibilidade dental e superfícies dentárias com aparência fissurada, similar a um “favo de mel”. “Pais e adolescentes também devem ficar atentos a transtornos alimentares como anorexia e bulimia, que estão associados a um maior risco de erosão ácida,” acrescenta a especialista. 

Substituições mais saudáveis

Substituir os isotônicos por alternativas como água de coco, que tem pH neutro e repõe eletrólitos, é uma das recomendações da professora. “Além disso, intercalar o uso de isotônicos com água durante a hidratação pode ajudar a minimizar os efeitos erosivos.” 

Por fim, Analúcia aponta que a visita regular ao cirurgião-dentista é fundamental para receber orientações personalizadas. “Importante consumir menos alimentos ácidos durante as principais refeições, evitar armazenar bebidas ácidas na boca, e evitar ingeri-las em pequenos goles. Essas práticas podem ajudar a reduzir o risco de erosão ácida e proteger a saúde bucal a longo prazo”, finaliza. 

Por Bianca Lodi Rieg

Matérias relacionadas

Botão Voltar ao topo
PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com