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Veja como a fisioterapia ajuda na recuperação de ex-fumantes

A fisioterapia desempenha um papel fundamental na recuperação pulmonar de ex-fumantes, segundo Cintia Regina de Oliveira, professora do Centro Universitário UniBrasil e fisioterapeuta pneumofuncional. O tratamento se baseia na reabilitação dos pulmões com técnicas voltadas para melhorar a capacidade respiratória.

“Esses métodos incluem exercícios respiratórios, técnicas específicas com objetivo de promover a limpeza das vias aéreas, desinsuflação pulmonar, expansão pulmonar, exercícios aeróbicos e exercícios de fortalecimento muscular global com o objetivo de melhorar a eficiência respiratória”, destaca.

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Ela acrescenta que a reabilitação, junto à prática regular de atividade física e uma alimentação saudável, tem grande influência positiva no tratamento e, por conseguinte, na melhoria da qualidade de vida.

Perigos do cigarro para o pulmão

Fumar prejudica gravemente a saúde dos pulmões porque as substâncias tóxicas presentes no cigarro, como nicotina, alcatrão e monóxido de carbono, danificam o tecido pulmonar e comprometem a função respiratória. Essas substâncias irritam e inflamam os brônquios, causando o acúmulo de muco e dificultando a passagem do ar.

Com o tempo, o fumo pode levar a doenças crônicas, como bronquite crônica e enfisema, ambas características da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), além de aumentar significativamente o risco de câncer de pulmão.

Técnicas e exercícios de fisioterapia que ajudam um ex-fumante

O tratamento envolve diferentes fases de exercícios focados na respiração, na musculatura e em atividades físicas, conforme explica a professora Cintia Regina de Oliveira. Segundo ela, os exercícios respiratórios compreendem:

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  • Respiração diafragmática;
  • Respiração com freno labial;
  • Respiração em tempos equivalentes.

E, por fim, há os recursos capazes de auxiliar na melhora da mecânica ventilatória, por exemplo, TEMP, EPAP e pressão positiva (exercícios que visam a uma conscientização da ventilação pulmonar).

“[É feito um] treinamento com dispositivos de resistência para fortalecer os músculos respiratórios, além de exercícios que visam ao condicionamento físico, como caminhadas, ciclismo, atividades aeróbicas que proporcionam melhora da capacidade funcional e da aptidão cardiorrespiratória”, salienta.

Ilustração de pulmão em fundo azul
Os benefícios da fisioterapia pulmonar podem surgir nas primeiras semanas, mas uma recuperação significativa geralmente ocorre entre três e seis meses (Imagem: HobbitArt | Shutterstock)

Tempo de tratamento

Segundo Cintia Regina de Oliveira, os efeitos do tratamento diferem de acordo com cada paciente e dependem de diversos fatores. “Em geral, os pacientes podem começar a perceber benefícios nas primeiras semanas de tratamento, mas uma recuperação mais notável pode ocorrer após três a seis meses de fisioterapia contínua”, explica. Assim, dependendo da gravidade da condição pulmonar inicial e da adesão ao programa de exercícios, o tempo necessário para observar melhorias significativas pode variar amplamente entre os indivíduos.

Fisioterapia contra doenças respiratórias

A fisioterapia ajuda tanto na prevenção quanto nos efeitos das doenças respiratórias crônicas. A professora Cintia Regina de Oliveira explica que isso ocorre por meio de uma otimização da função respiratória e da redução dos sintomas associados.

“São utilizados exercícios específicos e técnicas de reabilitação que visam fortalecer os músculos respiratórios, melhorar a ventilação e a oxigenação e promover a limpeza das vias aéreas. E, também, [são realizados] exercícios para melhorar a capacidade funcional, além da aptidão cardiorrespiratória, musculoesquelética”, afirma.

Importância da adesão do paciente

Por sua vez, o paciente recebe orientações sobre a doença, cuidados pessoais, técnicas de conservação de energia, visando a uma maior independência e qualidade de vida. “Os maiores desafios são a adesão ao tratamento para a quebra do ciclo vicioso da inatividade advinda das complicações respiratórias decorrentes do tabagismo. Para superar esses desafios, é importante realizar um tratamento individualizado, diversificado, abrangente que atenda às necessidades específicas de cada paciente”, ressalta a professora e fisioterapeuta.

Por fim, Cintia Regina de Oliveira traz uma reflexão sobre o papel do paciente e outros fatores importantes no processo de tratamento, pontuando: “a participação ativa do paciente no processo de reabilitação, assim como o suporte contínuo, é fundamental para o sucesso do tratamento. Além disso, a conscientização sobre a importância de um estilo de vida saudável e a cessação do tabagismo são aspectos cruciais para a promoção da saúde respiratória a curto, médio e longo prazo”, finaliza.

Por Pedro Lima

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