Cedae inaugura novo laboratório para controle de qualidade do Guandu
A Cedae inaugurou nesta quarta-feira (2) uma nova estrutura com a promessa de melhorar o abastecimento de água da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se do Laboratório de Investigação Biológica e Rastreamento Ambiental (Libra).
Com investimento de R$ 3,5 milhões, segundo a companhia, o espaço – que começa a operar na data em que se celebra o Dia Mundial da Água – conta com instrumentos de medição e análise modernos que serão fundamentais no monitoramento da água em mais de 35 pontos ao longo do Sistema Guandu. Desde o leito do Rio Guandu até a saída da água tratada da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, em Nova Iguaçu, onde está instalado o Libra.
Dentre os aparelhos, estão o cromatógrafo líquido e o cromatógrafo gasoso. Responsáveis pela medição de substâncias prejudiciais como geosmina, cianotoxinas e poluentes, eles permitirão a realização de análises em até meia hora. Assim, técnicos terão acesso a informações sobre qualquer variação na qualidade da água no rio praticamente em tempo real, o que os permitirá tomar as devidas medidas rapidamente.
Antes, as análises destas substâncias levavam de um a nove dias para uma conclusão.
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Robson, coordenador de Controle de Qualidade da ETA Guandu, reforça o dinamismo que o Libra vai proporcionar ao trabalho da sua equipe: “Costumávamos realizar 30 mil análises por mês, em média. Agora, com o Libra, estimamos que vamos saltar para em torno de 40 mil análises por mês”.
Esse aumento no número de análises tem a ver com o monitoramento de um maior número de substâncias que o laboratório vai possibilitar. Por exemplo, derivados de pesticidas e cloração; mib que, como a geosmina, deixa a água com gosto e odor; e disruptores endócrinos (que podem afetar o equilíbrio hormonal).
Para isso, o laboratório recebeu do Inmetro a Acreditação ISO 17025:2017, certificado para a garantia da qualidade do abastecimento do estado do Rio.
“SOMMELIERS DE ÁGUA”
Ainda de acordo com a Cedae, o Libra integra um projeto de modernização do Sistema Guandu, com investimentos que passam dos R$ 800 milhões em obras. Com previsão de término para 2025, a empreitada inclui a modernização de filtros, floculadores e decantadores, entre outros equipamentos.
Além disso, há ainda uma equipe de “sommeliers” em atividade desde 2020. São 21 profissionais da estação que trabalham na degustação de água tratada. Com auxílio de painéis sensoriais, os integrantes se revezam em até três testes diários.
Antes de entrar para a equipe, eles passam por treinamento e seguem um “regime” que inclui estar em jejum, não usar perfumes fortes e não fumar. A ideia é evitar alterações na percepção de gosto e odor.