VÍDEO: moradores reclamam de falta de água aos domingos em Itaguaí
Em circunstâncias normais, domingo tende a ser um dia de reunir a família e amigos para um churrasco. Ou então, o momento para pôr a casa em ordem, com aquela faxina caprichada. Para quem reside em Itaguaí, no entanto, tais planos têm empacado em um problema: falta de água.
Em um grupo de moradores no Facebook, uma postagem sobre uma insistente interrupção dominical no abastecimento de água desencadeou uma série de comentários que reforçaram a reclamação. Cerca de 20 pessoas – de bairros como Centro, Jardim América, Engenho e Chaperó – relataram que sofrem com torneiras secas há mais de um ano.
Ou seja, antes mesmo da chegada da Rio+Saneamento, concessionária do Grupo Águas do Brasil que cuida do fornecimento de água em Itaguaí – além de outros municípios e alguns bairros da capital – desde agosto.
“FALTA DE RESPEITO”
Em um dos comentários, um morador diz que o problema acontece “logo no dia em que estão todos em casa para realizarem suas tarefas”. Um relato destaca que “receber visita é constrangedor”.
Já uma moradora precavida afirma que deixa “água reservada para domingo”. E muitos outros comentários falam em “falta de respeito”, “sacanagem”, “palhaçada” e “safadeza”.
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O ATUAL conseguiu entrar em contato com uma jovem que reside no bairro Engenho. Ela, inclusive, enviou uma foto com as garrafas que deixa cheias para poder realizar suas tarefas de casa aos domingos.
Segundo a moradora, o problema se arrasta desde o fim de 2021, o que a faz conviver com transtornos desde então: “Isso é uma covardia. A gente tem criança em casa e sofre. Principalmente nos dias em que faz um calor terrível. Não tem água para tomar banho, para beber. Estamos com sede. E já acabou todo o estoque tinha”, desabafa a moradora, completando: “E ninguém faz nada”.
“Ninguém”, no contexto do desabafo da moradora, seria a Rio+Saneamento. A reportagem procurou a empresa, que negou que haja interrupção no serviço aos domingos.
EMPRESA RESPONDE
Em nota, a concessionária explica que o que acontece é uma redução na distribuição nos bairros abastecidos pelo sistema Ribeirão das Lajes. Segundo a companhia, essa manobra é necessária para que um volume maior de água chegue a áreas onde a pressão é menor: “Como a região do Porto de Itaguaí”, observa a Rio+Saneamento.
A propósito, essa informação, de certa forma, bate com a resposta que um funcionário da Cedae – que era responsável pelo abastecimento antes da chegada da Rio+Saneamento – teria dado à moradora.
Ela lembra que ao ir à sede da companhia, no início de 2022, escutou que a água é desviada para o Porto de Itaguaí.
SITUAÇÃO IRREGULAR
Mas antes do inconveniente da ausência de água aos domingos, há um outro obstáculo: a regularização do hidrômetro.
A jovem alega ter ligado para a Rio+Saneamento para falar da falta de água aos domingos. Como resposta, ouviu que só poderia ter seu caso atendido se informasse o número da matrícula, o que não é possível porque sua situação como cliente não está normalizada.
Ela, porém, alega que já tentou a regularização, mas sem sucesso: “Eles falam como se fosse opção nossa deixar como está, mas não é. Eu já quis regularizar, mas eles dizem que falta material”.
Sobre essa questão, a Rio+Saneamento informa que “imóveis em situação irregular e com ligação fora dos padrões podem sofrer com variações na pressão da água”. Quanto à possível “falta de material”, a empresa explica que para que a residência receba instalação regular de ligação de água é necessário antes que a rua conte com uma fonte, o que faz com que cada caso demande um tamanho de estrutura diferente.
Na nota, a Rio+Saneamento ainda diz que “imóveis com caixas d’água e/ou cisternas não são afetados pela redução temporária do fornecimento”. A moradora, entretanto, observa: “Não tenho como pagar por um poço artesiano. E até tenho uma caixa, mas ainda não consegui instalar”.
CONTATO
Durante o processo de apuração, o ATUAL acabou por fazer uma ponte entre a moradora e a Rio+Saneamento. A assessoria de comunicação da empresa pediu à reportagem para que repassasse os dados dela, como ordem de serviço e protocolo de atendimento.
Após autorização da jovem, o encaminhamento foi feito à assessoria, que prometeu direcionar os dados para o comercial, que deverá tratar da regularização da instalação do sistema de água.
Aos moradores em geral que estejam convivendo com algum tipo de problema (como regularização), a companhia disponibiliza os seguintes canais de comunicação: o telefone 0800 772 1027, que oferece a possibilidade de envio de mensagem via WhatsApp; o aplicativo Cliente Rio+ e o site riomaissaneamento.com.br.