Jovens de Itaguaí vão participar do Plano Nacional de Meio Ambiente
Adolescentes que integram ecoclubes foram classificados para a Etapa Nacional do Seminário Nacional de Juventude, Meio Ambiente e Justiça Climática
Nações de todos os continentes estão em uma corrida contra o tempo para desenvolver soluções que detenham o agravamento da crise climática. No Brasil, os governantes esperam encontrar nas juventudes uma força vibrante e mobilizadora nessa missão. Com esse propósito, está sendo realizado, de maio a novembro de 2024, o Seminário Nacional de Juventude, Meio Ambiente e Justiça Climática. A iniciativa conta com a participação de jovens de Itaguaí e Magé, que foram selecionados para a Etapa Nacional, e ajudarão na reconstrução do Plano Nacional de Juventude e Meio Ambiente.
Os jovens integram os primeiros ecoclubes de Itaguaí (Base Costa Verde) e Magé (Base Guanabara) do Projeto Do Mangue ao Mar — uma iniciativa da ONG Guardiões do Mar, em convênio com a Transpetro. O grupo Do Mangue ao Mar, formado para o Seminário, é composto por nove integrantes: cinco da Base Costa Verde (Itaguaí) e três do Ecoclube Base Guanabara (Magé), além da educadora ambiental Maria Beatriz Viana.
Para chegar à Etapa Nacional, onde representarão o bioma Mata Atlântica, por meio de um interlocutor, os jovens encararam diversas missões propostas pela organização do Seminário, desde a Etapa Territorial, iniciada em abril, passando pela Etapa Regional, em agosto.
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Nas etapas Territorial e Regional, os jovens buscaram referências e discutiram sobre diversos temas ambientais, além de realizarem uma pesquisa de campo com moradores das localidades onde vivem com o objetivo de proporem soluções.
Durante a investigação do território, os jovens encontraram diversos problemas como queima de resíduos, poluição hídrica e atmosférica, desmatamento, despejo incorreto de lixo e falta de esgoto sanitário. Esses dois últimos foram os mais frequentes, apontados pela maioria dos moradores, e, por isso, foram os escolhidos para a elaboração de uma proposta de solução, apresentada nas atividades do Seminário.
Após cumprir com sucesso essas etapas, os jovens aguardam com grande expectativa a Etapa Nacional: “Estamos nervosos e ansiosos como qualquer jovem se sente quando exposto a encarar novos desafios, mas também muito confiantes para aprender e compartilhar nosso conhecimento, que foi cultivado durante esse período”, afirma Ana Luiza.
“Achamos importante estimular essa experiência voltada para as políticas públicas com os jovens. O Seminário abre espaço para as vozes das múltiplas juventudes. Como temos essas juventudes presentes nos ecoclubes, que fazem parte de comunidades tradicionais e de movimentos diversos, como o movimento negro, de hip hop e agora ambiental, achamos necessário apoiá-los nessa construção. É uma forma ainda de integrá-los com outros jovens, a nível nacional, para que percebam o grande poder de mobilização e articulação que possuem”, explica a educadora ambiental Maria Beatriz.
O Seminário Nacional de Juventude, Meio Ambiente e Justiça Climática é um processo participativo, aberto à participação de grupos jovens de 15 a 29 anos de todo o país. Ele é parte da agenda do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, para o fortalecimento, estímulo e formação das juventudes, além da reconstrução do Plano Nacional de Juventude e Meio Ambiente, sob a ótica da Justiça Climática. A Etapa Nacional ocorrerá de 21 a 25 novembro de 2024, em Brasília.
Equipe comemora classificação
A notícia sobre a classificação do grupo de jovens para a Etapa Nacional do Seminário Nacional de Juventude, Meio Ambiente e Justiça Climática foi comemorada pela equipe como um grande presente de aniversário pelos dois anos de atuação do Projeto Do Mangue ao Mar.
“Desde a criação do primeiro coletivo jovem em 2001, a ONG Guardiões do Mar sempre priorizou o protagonismo da juventude. Já impactamos mais de 500 adolescentes ao longo dos anos. No projeto Do Mangue ao Mar, conseguimos ampliar nossa atuação para jovens de duas baías, e nosso objetivo é continuar expandindo. Mais de 80 jovens já passaram pela formação neste Projeto e esperamos que, em 2025, esse número chegue a 150”, conta o presidente da ONG Guardiões do Mar e coordenador do Projeto Do Mangue ao Mar, Pedro Belga.
Ao longo de suas formações nos Ecoclubes, que começaram em outubro de 2023 e finalizam em setembro de 2024, os grupos de jovens, de 15 a 17 anos, exploraram diversas temáticas que tinham como objetivo promover o desenvolvimento pessoal, coletivo e socioambiental de seus integrantes e suas comunidades. Racismo ambiental, unidades de conservação e valorização da cultura oceânica e local foram alguns dos temas trabalhados.
Após a finalização da formação, neste mês de setembro, os jovens passarão a ser agentes ambientais e atuarão na aplicação de diagnóstico, palestras e outras atividades desenvolvidas pelo Projeto Do Mangue ao Mar e parceiros, além de aplicarem os conhecimentos adquiridos em prol de suas comunidades.
O Projeto Do Mangue ao Mar une ambientalistas, lideranças e juventude de comunidades tradicionais (pescadores artesanais, caiçaras, catadores de caranguejo, indígenas e quilombolas) para fomentar o protagonismo dos povos do mar. Juntos, eles buscam soluções para os problemas socioambientais diagnosticados, incentivam o turismo de base comunitária com a valorização da cultura local, além de realizarem formações continuadas, atividades de educação ambiental crítica, pesquisas e eventos no entorno das Baías de Guanabara e Sepetiba.
Sobre a ONG Guardiões do Mar
Uma organização criada a partir de um extenso processo de identificação, diagnóstico e empoderamento do território em que trabalha, a Guardiões do Mar vem, desde 1998, construindo uma trajetória com impacto crescente na sociobiodiversidade dos ecossistemas costeiros e na salvaguarda da Baía de Guanabara, localizada no estado do Rio de Janeiro.
Com iniciativas em conservação ambiental, ciência e formações continuadas, a organização também se dedica a promover e proteger comunidades vulneráveis socioambientalmente. Além disso, destaca-se por colaborações estratégicas que impulsionam negócios de impacto alinhados à natureza.
“Um dos sonhos mais ambiciosos é o projeto de plantar meio milhão de árvores nos manguezais até 2030, além de fomentar a instalação de mil enxames de abelhas sem ferrão, para incentivo a meliponicultura em ambientes costeiros. Esse objetivo não é apenas uma meta numérica; é um símbolo da esperança e do compromisso com um futuro sustentável. Cada árvore plantada representa um passo rumo à restauração ambiental e à recuperação da biodiversidade da região”, resume Pedro Belga.
Sobre a Transpetro
Operando 48 terminais (27 aquaviários e 21 terrestres), cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 33 navios, a Transpetro é a maior subsidiária da Petrobras. A empresa é a maior companhia de logística multimodal de petróleo e derivados da América Latina. A Transpetro presta serviços a distribuidoras, à indústria petroquímica e demais empresas do setor de óleo e gás. A carteira da subsidiária da Petrobras conta com mais de 160 clientes.