Aliança Empreendedora vai capacitar gratuitamente mais de 30 mil pessoas
QUALIFICAÇÃO Com a pandemia mais brasileiros estão buscando na atividade empreendedora alternativas para sustentar suas famílias. Essa nova realidade também fez aumentar a procura por capacitação. A Aliança Empreendedora (AE), organização que auxilia empreendedoras de comunidade, este ano já capacitou 16.500 pessoas e a projeção é capacitar mais de 30 mil, número quase 100% superior ao registrado no ano passado. Um reflexo disso é a plataforma TamoJunto.org.br, que é projeto da instituição, e teve 46 mil novos acessos de março até outubro.
Segundo levantamento realizado pelo projeto Empreender 360, que escutou 372 micro e pequenos empreendedores, para conseguir enfrentar todas essas mudanças e dificuldades financeiras, 61% dos entrevistados estão vivendo das suas economias ou com apoio de familiares e 47% fez alguma adaptação nos negócios para atender às medidas de isolamento social, sendo 20% delas começaram a fazer entregas.
Lina Useche, cofundadora da AE explica que com a pandemia, muitas pessoas buscaram novas alternativas de renda e muitos negócios tiveram que se adaptar. “Sabemos que ainda há uma grande parcela dos microempreendedores que além de ainda estarem na informalidade (26% dos entrevistados), estão desconectados do ecossistema que pode apoiá-los. E é aí que nosso trabalho entra, apoiando esses microempreendedores a se empoderarem e se reconhecerem como tal, para assim se conectarem com as oportunidades que existem para eles”, afirma.
Capacitação e fortalecimento do ecossistema empreendedor
Neste ano a Aliança Empreendedora trabalhou com 26 projetos. “Desde 2005 acreditamos que o empreendedorismo é uma forma de transformar o Brasil. Para isso, capacitamos e apoiamos gratuitamente microempreendedores formais e informais no interior, em comunidades e periferias do Brasil e co-criamos protagonismo econômico e social, em parceria com empresas, governos, organizações sociais e interessados na causa”, comenta Useche, acrescentando que para obter mais informações os interessados devem acessar o endereço aliancaempreendedora.org.br.
Com a pandemia os projetos tiveram um aumento no número de empreendedores apoiados de grupos considerados como mais vulneráveis. Neste ano, 96% dos beneficiados foram mulheres, 56% negros e 58% com renda de até um salário mínimo, a maioria atuando nas áreas de alimentação e beleza.
Um dos projetos da Aliança Empreendedora que mais cresceu e que atende este público é o TamoJunto.org.br, plataforma online e gratuita, focada em oferecer videoaulas, cursos e conteúdo prático para apoiar pessoas a iniciar ou melhorar o seu negócio de forma online.
Este ano o projeto recebeu como novo aliado o Facebook, que utilizará a plataforma para o projeto “Ela Faz História”, destinado a capacitar 50 mil mulheres até fevereiro de 2021. “A crise provocada pela pandemia nos trouxe novos aliados para a causa, mais empresas e organizações nos buscaram para desenvolver projetos de apoio emergencial com foco nas populações que mais sofreram com os impactos da crise”, afirma Useche.