Itaguaí: Pescadores denunciam vazamento de óleo na Baía de Sepetiba

Movimento Baía Viva divulgou vídeos de um vazamento de óleo que teria ocorrido nas proximidades da Ilha da Madeira, poluindo ecossistemas

O Movimento Baía Viva, uma organização social de luta socioambiental, divulgou imagens em vídeo que revelam um novo episódio de vazamento de óleo na Baía de Sepetiba. O incidente foi registrado no último sábado (26), nas imediações da Ilha da Madeira, em Itaguaí. Os vídeos, que foram enviados por pescadores artesanais, mostram manchas escuras no espelho d’água. Eles levantam mais uma vez o alerta para a contaminação dos ecossistemas marinhos e dos territórios pesqueiros, que garantem o sustento de moradores da região.

Manchas no espelho d'água
Imagens feitas por pescadores mostram manchas escuras no espelho d’água e levantam mais uma vez o alerta para a contaminação na baía (FOTO REPRODUÇÃO)

As denúncias de vazamento de óleo foram encaminhadas formalmente pelo Baía Viva aos principais órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental no litoral fluminense. Entre eles estão a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (Marinha do Brasil), o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o IBAMA e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itaguaí. No ofício protocolado no dia 28, a entidade cobra vistorias urgentes para identificar a origem e a extensão do derramamento.


Desastres frequentes

O Movimento Baía Viva alerta para vazamentos de óleo que vêm se repetindo com frequência alarmante nas três principais baías do estado – Guanabara, Sepetiba e Ilha Grande. Vazamentos de grandes proporções estão afetando manguezais e fauna marinha, além de reduzir drasticamente a produtividade pesqueira. A depender do volume derramado, há risco de que a poluição avance para além de Sepetiba, podendo alcançar até a Baía da Ilha Grande.

A situação agrava o cenário vivido há décadas pelas comunidades pesqueiras do estado do Rio de Janeiro, que enfrentam um preocupante quadro de empobrecimento, insegurança alimentar e graves problemas de saúde em função da intensa poluição/contaminação ambiental dos corpos hídricos. No ofício enviado aos órgãos públicos, o Movimento Baía Viva aponta que falta uma fiscalização preventiva e permanente por parte dos entes governamentais. Segundo a organização, essa fiscalização, deveria ser realizada em cooperação com os pescadores artesanais, que conhecem profundamente a região e poderiam colaborar com a vigilância ambiental das baías.

Desde 1998, as baías fluminenses possuem status de Área de Preservação Permanente (APP) e de Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), conforme determina a Constituição Estadual. No entanto, o Baía Viva denuncia que essas áreas vêm sendo submetidas a um contínuo processo de “sacrifício ambiental”, exacerbado por vazamento de óleo. Este processo é provocado por um modelo de desenvolvimento econômico que privilegia atividades poluentes e de alto impacto ambiental.

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*Texto produzido com base em informações da Assessoria de Comunicação do Movimento Baía Viva.

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