Presidente da Arqimar participa de curso de extensão na UFRJ

Direitos territoriais e culturais dos povos originários e comunidades quilombolas são temas de curso de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro

A presidente da Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo da Ilha da Marambaia (Arqimar), Jaqueline Alves, participou no último dia 5, da mesa de debate na abertura do Curso de Extensão sobre Direitos Territoriais e Culturais dos Povos Originários e Comunidades Quilombolas, o evento realizado no Campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Urca.  

Durante a sua palestra, com o tema “Comunidade Quilombo da Ilha da Marambaia”, a presidente da Aqirmar destacou os costumes, saberes, cultura e memórias que ainda permanecem acesos na comunidade. Jaqueline Alves também falou sobre o acordo celebrado em 2014 e, posteriormente, o título de domínio de território que trouxe para a comunidade um conforto maior e uma autonomia muito grande, que a comunidade pleiteava há mais de 18 anos.

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A presidente da Arqimar destacou também  a questão da  educação indígena/quilombola. “A gente percebe que dentro dos territórios quilombolas e das aldeias indígenas a problemática é a mesma. Na verdade, a gente vê muita omissão do Estado brasileiro com relação a essa política de educação diferenciada”, ressaltou Jaqueline Alves.

Sobre as políticas públicas de saúde nas aldeias indígenas, Jaqueline classificou-as como precárias, diferentemente dos quilombos. Ela usou o quilombo da Marambaia como referência para os demais quilombos do Brasil que ainda vivem em conflito e ainda não tiveram a oportunidade de celebrar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Em entrevista ao Atual, a presidente da Arqirmar relatou que sua palestra fez com que as pessoas entendessem como a comunidade da Ilha da Marambaia negociou, como está sendo hoje, pós TAC. “Colocamos também a questão sobre o transporte escolar. Tanto a política de ensino com a aldeia indígena, no caso a Marambaia a unidade de ensino já funciona como escola quilombola, embora não esteja no território quilombola, mas o currículo pedagógico é quilombola. Porém, percebemos que há várias escolas em outras comunidades que não funcionam da mesma forma. Então, até esse não entendimento das pessoas que compuseram a mesa do evento, percebemos que na parte de política educacional e territorial a comunidade da Ilha da Marambaia está bem avançada”, contou.

Outro tema destacado pela presidente da Arqimar foi a situação das comunidades quilombolas de Santa Justina e Santa Isabel e do Sacopã. “A comunidade da Marambaia vem prestando apoio solidário a essas comunidades que ainda estão em conflito, mas que em breve, esperamos que conquistem seus direitos territoriais”, concluiu Jaqueline Alves.

Além da presidente da Arqimar, palestraram na abertura do curso sobre o tema: “Brasil e os desafios contemporâneos para assegurar os Direitos Territoriais e Culturais dos Povos Originários e das Comunidades Quilombolas”, o coordenador pedagógico do curso de magistério indígena da (UFF/SEEDUC-RJ), doutor em educação física na UFF, Domingos Barros; e o professor José Urutau Guajajara ,  especialista em  língua e cultura tupi-guarani  e mestre em Linguística do Museu Nacional da UFRJ.  

WELIGNTON CAMPOS

Welington.campos@jornalatual.com.br

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