CONFIRA A VERSÃO DIGITAL DA REVISTA "ITAGUAÍ 206 ANOS"!

Clique aqui e leia

Rio+Saneamento faz balanço depois de um mês do começo da operação

Agosto foi o primeiro mês de operações da Rio+Saneamentos, empresa do Grupo Águas do Brasil que arrematou, em dezembro passado, por R$ 2,2 bilhões, o bloco 3 para serviços de distribuição de água e saneamento. Esta região compreende 24 bairros da Zona Oeste da capital e mais 17 municípios das regiões Norte-Fluminense, Serra-Lagos e Metropolitana. Nesta última, estão Itaguaí e Seropédica, motivo que levou o ATUAL a entrevistar a diretoria da concessionária sobre este início de trabalho.

Até o momento, a Rio+Saneamento já realizou cinco mil atendimentos e prestou 691 serviços – Itaguaí, inclusive, lidera o número de clientes atendidos, com 1.261 chamados. Apesar dos números aparentemente impactantes para apenas um mês de atividades, no entanto, a conversa com Marcelo Luvisotto, superintendente de operações, e Gustavo Dias, gerente de operações, confirma que ainda há muito a ser feito na Região Metropolitana. E em várias frentes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com um orçamento de R$ 4,7 bilhões para investimento em toda a área de concessão ao logo de 35 anos de contrato, a Rio+Saneamento tem metas bem traçadas. Por exemplo, chegar a 90% de esgoto da região coletado e tratado em até cinco anos. Uma proposta a curto prazo é resolver a questão das ligações clandestinas de água com diálogo, sem a necessidade de punições.

Abaixo, os principais temas da entrevista.    

PRIMEIRAS OBRAS

A princípio, a Rio+Saneamento tem três obras na lista de prioridades. A primeira é usar a travessia do pórtico do Rio da Guarda (na estrada que liga Itaguaí a Seropédica, próximo ao shopping) a fim de aduzir água para Itaguaí: “Isso vai solucionar problemas pontuais de falta de água”, explica o superintendente Marcelo Luvisotto. Ele ressalta, porém, que a empresa não tem recebido reclamações sobre falta de abastecimento de água.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já em Seropédica, as primeiras ações vão para os bairros de Fazenda Caxias e Campo Lindo, locais onde o braço do Grupo Águas do Brasil planeja implantar novas redes e ramais de água ou realizar bombeamento – um estudo está em andamento para avaliar a melhor opção.

No mesmo município, mas no polo industrial, a empresa já iniciou as conversas com o poder executivo municipal para fazer acordos com a finalidade de melhorar o fornecimento de água: “Empresas como Panco e BR Foods usam caminhões-pipa, às vezes. Mas a nossa preocupação é causar o mínimo de impacto”, pondera Marcelo.

TRATAMENTO DE ESGOTO

Para solucionar em Itaguaí e Seropédica esse problema crônico que acomete outras milhares de cidades Brasil afora, a Rio+Saneamento já começou a fazer um mapeamento.

Em Seropédica, existe uma estação de tratamento, enquanto em Itaguaí não há nenhuma atualmente – a estrutura localizada no Parque Municipal não funciona. Diante desse cenário, a empresa traça como objetivo a construção de uma rede de esgotamento para levar o serviço a esses municípios. Isso sem abrir mão da meta citada em contrato: “90% do esgoto devem estar coletado e tratado em até cinco anos”, ratifica o superintendente. Ele relembra que o novo Marco Legal do Saneamento Básico do Brasil prevê a universalização dos serviços de água e esgoto em todo o país até 2033.

Os primeiros passos do projeto consistem em detectar os melhores pontos para a construção das estações de esgoto. A reforma da unidade desativada em Itaguaí não está descartada.

Apesar da meta ambiciosa, porém, o planejamento prevê a inauguração de poucas estações. A ideia é atender a toda a população, mas sem deixar o orçamento extrapolar o teto.

A Rio+Saneamento estuda reativar a estação de tratamento de esgoto no Parque Municipal de Itaguaí (Matheus Torres)

PROBLEMAS NA REDE DE ÁGUA

Já sobre a rede de água dos dois municípios, as equipes encontraram problemas sistêmicos, como vazamentos em redes de grande porte: “Mas nada que não estivesse no planejamento”, ameniza Marcelo Luvisotto.

Para resolver tal questão, a Rio+Saneamento conta com a parceria da Cedae – que, mesmo com o leilão do ano passado, continua com as operações de grandes sistemas da Região Metropolitana, como o Guandu, por exemplo.

Com Itaguaí e Seropédica como prioridade, as empresas já fazem um estudo da área em busca de soluções eficazes e pretendem apresentar a primeira versão de um planejamento em breve.

QUALIDADE DA ÁGUA

Sobre a água distribuída pela Cedae em Itaguaí e Seropédica, os representantes da Rio+Saneamento garantem que nunca registraram uma ocorrência fora do normal. Marcelo lembra um pequeno incidente – quando havia sujeira na água da casa de um cliente devido a um vazamento – mas enfatiza que “análises técnicas observam a água para que seja oferecida com qualidade à população”.

LIGAÇÕES CLANDESTINAS

Outra problema que acomete não só Itaguaí e Seropédica, mas outros incontáveis municípios brasileiros, são as ligações clandestinas (água, luz, sinal de TV…). Para o curso ilegal de água, a Rio+Saneamento quer buscar, ao menos em um primeiro momento, uma abordagem amiga.

O superintendente Marcelo Luvisotto conta que sua equipe na Região Metropolitana já detectou o que chama de “perdas”. Ou seja, um volume de água que não entra na contabilização da empresa. E as razões são vazamentos e ligações clandestinas.

A concessionária alega que tem montado uma estrutura para entrar, em breve, com ações comerciais a fim de trazer os supostos usuários clandestinos para perto, já que entende-se que, na maioria dos casos, não se trata de furto de água: “Muitos clientes falam que não é porque não querem pagar pela água. Alegam que quando solicitaram o serviço, faltou atendimento”, explica.

Para contornar essa perda e ter o controle do consumo, a equipe comercial da Rio+Saneamento vai atuar na instalação de hidrômetros nas residências. Questionado pela reportagem se há previsão de multa, corte ou qualquer outra punição em casos de descoberta de desvio de água, Marcelo afirma que tal iniciativa não está nos planos por enquanto.

LEIA MAIS E ENTENDA O INÍCIO DA OPERAÇÃO DA RIO+SANEAMENTO: Rio+Saneamento começa a operar em 22 municípios do estado

TARIFAS

Por questões contratuais, em acordo com o Governo Estadual, a Rio+Saneamento vai trabalhar com as tarifas que a Cedae já operava antes do leilão. Não haverá, portanto, aumento.

ÁREAS DOMINADAS PELO CRIME

Regiões dominadas pelo crime também costumam ser um problema para a operação de concessionárias em qualquer lugar – sobretudo no Rio de Janeiro: “É uma dificuldade que acabamos encontrando”, admite Marcelo.

Para facilitar a entrada dos funcionários nessas áreas, a empresa lança mão da sua equipe de trabalho de responsabilidade social, que entra em contato com associação de moradores a fim de pedir apoio nos acessos.

GERAÇÃO DE EMPREGOS

“A gente pensa em gerar mais de cinco mil empregos, entre diretos e indiretos, nos 18 municípios do bloco 3”, estima Marcelo. Mas esse número é para a operação geral. Em Itaguaí e Seropédica, por enquanto, não há uma estimativa fechada, mas a empresa prometeu informar em breve.

INUNDAÇÕES

Problema recorrente em Itaguaí, especificamente, as inundações foram tema na entrevista. Os representantes da concessionária não deram muitas informações, até pelo fato de que o transtorno não é exatamente como uma das atribuições da empresa.

Mas Marcelo afirmou que pretende procurar o prefeito Rubem Vieira, que já contratou serviços de dragagem no intuito de atenuar o problema: “Vamos fazer uma inspeção na rede pluvial e de esgoto”, prometeu o superintendente.

INICIATIVAS CULTURAIS

Para além dos serviços relacionados a águas e saneamento básico, a empresa afirma que tem desenvolvido, junto de sua equipe de comunicação, planos de responsabilidade social e educação ambiental voltados para a população: “Vamos apresentar um plano de sustentabilidade em breve. Estamos estruturando ações culturais e ambientais”, pontua Marcelo.

Fora isso, a Rio+Saneamento pretende também lançar nas escolas ações como atividades lúdicas relacionadas à preservação do meio-ambiente. Como outras iniciativas neste início de trabalho, entretanto, essa também está em fase de estudos, com análise das necessidades de cada município e avaliação sobre como será feita a implantação.

Redação

O Atual atua desde 2001 em Itaguaí, Mangaratiba e Seropédica com notícias, informações e demais serviços jornalísticos, digitais e audiovisuais. Além disso, aborda ocasionalmente assuntos que envolvem também a Zona Oeste da capital do Rio de Janeiro. O Atual oferece matérias e vídeos em seu site e nas suas redes sociais, com o compromisso de imprensa legítima e socialmente responsável.

Matérias relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com