A esporotricose felina, popularmente conhecida como “doença do jardineiro”, é uma infecção fúngica causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que afeta principalmente os gatos, mas também pode ser transmitida para humanos e outros animais.
Ela ocorre quando o gato tem contato com solo, espinhos, farpas de madeira e matéria orgânica contaminada pelo fungo, que entra no organismo do animal por meio de feridas na pele, arranhões, mordidas ou até pequenas lesões. Além disso, o animal doente pode transmitir a doença para outros felinos, cães e até humanos por meio de arranhões, mordidas e contato direto com as feridas contaminadas.
Nos gatos, os sintomas mais comuns incluem feridas ulceradas que não cicatrizam, caroços na pele, secreções e inflamações, principalmente na região do rosto e das patas. “No início da manifestação clínica, as lesões podem ser confundidas com qualquer outro ferimento comum dos gatos, sendo a ferida na pele a principal queixa dos tutores no consultório veterinário. Os animais contaminados apresentam uma ferida profunda, com bastante crosta e de difícil cicatrização”, explica Mariana Raposo, médica-veterinária gerente de produtos da Avert Saúde Animal.
A esporotricose felina pode se manifestar de três formas principais:
Por isso, ao notar feridas persistentes no gato, é essencial procurar um veterinário para um diagnóstico correto e evitar a disseminação da doença.
O diagnóstico deve ser realizado por um médico-veterinário e envolve diferentes métodos para confirmar a presença do fungo no organismo do gato. A avaliação clínica é o primeiro passo, em que o profissional examina as feridas na pele, sua evolução e outros sintomas do animal. No entanto, como os sinais podem se confundir com outras doenças de pele, exames laboratoriais são necessários para um diagnóstico preciso.
O tratamento da esporotricose felina deve ser feito sob orientação veterinária. “O tratamento é feito com o uso de medicamentos antifúngicos orais específicos, seguindo o protocolo estabelecido pelo médico-veterinário responsável pelo animal. É importante que o tutor siga as orientações do profissional e realize o protocolo completo, pois o fungo pode permanecer ativo no organismo do felino mesmo que ele não apresente mais sintomas evidentes”, afirma Mariana Raposo.
O tempo de tratamento pode variar de meses a mais de um ano, dependendo da gravidade da infecção e da resposta do gato à medicação. Além disso, é fundamental manter uma boa higiene do ambiente, desinfetando objetos e locais em que o felino costuma ficar para evitar a disseminação do fungo.
Como a esporotricose é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para humanos, o tutor deve tomar cuidados ao manusear o gato, utilizando luvas ao aplicar remédios tópicos e lavando bem as mãos após o contato.
A prevenção da esporotricose felina envolve principalmente a redução da exposição ao fungo Sporothrix spp. “[…] É importante evitar que o gato tenha acesso a áreas externas como jardins, terrenos baldios e locais com vegetação densa, que estão mais propensos a abrigar o fungo causador da esporotricose. Ao limitar o acesso do animal a esses ambientes, evita-se o contato com o solo e as plantas contaminadas”, recomenda a médica-veterinária.
Manter o ambiente limpo e higienizado também é essencial, pois o fungo pode permanecer em locais úmidos e com restos de madeira ou plantas. Além disso, caso resgate ou adote um gato com suspeita de esporotricose, é importante isolá-lo dos outros animais, levá-lo ao veterinário para um diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes.
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