A professora Marcia Denise Pletsch (de pé, à esquerda) em encontro para validação do aplicativo ComuniKa com as famílias das crianças com a Síndrome Congênita do Zika Virus e a equipe de pesquisa da UFRRJ e PUC-RJ (Banco de Dados ObEE/UFRRJ)
Se a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) é motivo de orgulho para muitos moradores de Seropédica, tal sentimento tende a aumentar para quem toma conhecimento do engajamento que a instituição tem em relação a uma causa muito importante: a das Pessoas com Deficiência (PcD). E uma das principais responsáveis pelos diversos projetos voltados para os direitos e o desenvolvimento de dezenas de crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência atende pelo nome de Marcia Denise Pletsch.
Dentre as diferentes funções que exerce na Rural, a professora Marcia Pletsch é Coordenadora da Especialização em Educação Especial e Inovação Tecnológica , que visa a capacitação e formação continuada de profissionais da Educação que possam atender à demanda, que não é pouca – Marcia estima que 1,3 milhão de matrículas na educação básica em instituições de ensino públicas no Brasil são público da educação especial, sendo cerca de 70% com deficiência intelectual.
DIREITOS
Paralelamente, nos últimos meses, a professora se dedicou – como coautora e coorganizadora – ao livro “O aluno com Deficiência Intelectual na Escola” (Ed. Mercado de Letras, 2022), que saiu do forno no mês passado. A publicação reúne artigos que analisam essa condição por meio de uma série de perspectivas teóricas, metodológicas e contextos sociais.
A construção do livro pode parecer complexa aos olhos de um leigo, mas o objetivo, como detalha Marcia em entrevista ao ATUAL, é bem direto: “O foco do livro é nos direitos educacionais e na escolarização que crianças e adolescentes com deficiência têm. O Brasil segue os princípios de Declaração da ONU dos Direitos das Pessoas com Deficiência incorporada como emenda na nossa constituição, que diz que eles devem estudar em escolas inclusivas e não segregadoras”.
PÚBLICO-ALVO
A meta de fazer tal alerta, inclusive, tem a ver com uma abrangência maior quanto ao público-alvo do livro. A princípio, as páginas seriam destinadas mais a profissionais com atuação ou interesse na educação.
Mas por que não conversar também com pais, mães e responsáveis de estudantes com deficiência intelectual? “Muitas vezes, as famílias nem conhecem seus direitos. Muitos pensam que direitos humanos não lhes pertencem. Então, o livro é um instrumento para orientar a sociedade a buscar a melhor educação para seus filhos e filhas com deficiência intelectual. Por exemplo, falamos sobre a Lei de Cotas, já que alunos com deficiência têm direito a reservas de vagas”, detalha Marcia.
PROJETOS PARALELOS
Entretanto, a atuação de Marcia Pletsch e sua equipe não se vira apenas para os 100 estudantes da Rural que apresentam deficiências diversas – dos quais, sete têm deficiência intelectual. A equipe de pesquisa que coordena por meio do Observatório de Educação Especial e Inclusão Educacional abarca ainda pessoas com deficiência das localidades do entorno da Rural, que, a propósito, representam uma pequena parcela do total expressivo de brasileiros. De acordo com o Censo 2010, 24% da população têm uma deficiência.
A atuação do Observatório vai desde pesquisas sobre empregabilidade de Pessoas com Deficiência (PcD) até o desenvolvimento de um aplicativo que permite a comunicação de crianças não oralizadas que tem a Síndrome Congênita do Zika Vírus: “Temos parcerias com prefeituras, com instituições como PUC e Uerj. E todas as atividades são financiadas por agencias públicas como Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
INSTITUIÇÕES PREPARADAS
A atenção que a UFRRJ destina à educação de alunos com deficiências, porém, parece uma exceção. Principalmente quando o assunto é a capacitação de professores. Tanto que a professora Marcia fala em defasagem neste aspecto.
Ela lembra que a Rural tem sido uma referência no assunto, com um trabalho atual de especialização para 1500 profissionais de educação. Além disso, trata-se da primeira instituição pública com projeto de licenciatura em Educação Especial no Estado.
Tudo no sentido de garantir aquilo que o livro da própria professora tanto enfatiza: o direito do estudante com deficiência. “Não adianta ficar em um debate se essa estrutura está ou não pronta. Se é direito do aluno, as instituições têm que promover essa preparação continuada de professores”, enfatiza a professora, completando: “São muitos projetos, alguns inéditos, importantes não só para a formação dos professores e a inclusão social e educacional, mas também pela melhora na qualidade de vida dessa população”.
COMO COMPRAR O LIVRO
O livro “O aluno com Deficiência Intelectual na Escola” está à venda no site da editora Mercado de Letras. Para acessar, clique aqui. A publicação ainda não está disponível em versão e-book.
*Uso de imagens autorizada pelas famílias
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