Sala do Cineclube Caiçara, no Centro Cultural Cary Cavalcante: iniciativa leva obras magníficas da história do cinema a Mangaratiba (Foto: Renan Vasconcelos)
Mangaratiba, a terra do hiper clássico mundial Limite, de Mário Peixoto, até bem pouco tempo não tinha sala de cinema. Pois bem, agora tem, na forma de um cineclube: trata-se do Cineclube Caiçara, uma iniciativa da Fundação Mário Peixoto (FMP), autarquia do governo municipal que cuida da cultura, em parceria com as produtoras Zóio da Arte Produções, Vasconcellos Films e Rafael Rosa Produções. A ideia é apresentar grandes clássicos da sétima arte com apresentações e debates, a fim de contextualizar os espectadores. A FMP avisou também que rolam uns brindes, mas nem precisava: o cineclube não é só necessário, é um bálsamo para quem é da cidade, gosta de cinema, mas não tinha como nem onde curtir esse tipo de programa.
O serviço que o Cineclube Caiçara promove já seria sensacional mesmo se a cidade contasse com salas de cinema. Ter as salas não garante acesso aos grandes filmes, nem debate sobre eles.
Por isso, as quintas-feiras são uma alegria e notável novidade para quem quiser assistir filmes esplêndidos e conhecer grandes obras. As exibições e debates são sempre às quintas-feiras, no Centro Cultural Cary Cavalcante, no centro de Mangaratiba. As apresentações começam às 18h e vão até às 21h. Com uma apresentação, antes da sessão, e um debate de cerca de 30 minutos após a exibição.
Em entrevista ao site Cinema em Cena, o cineasta Jorge Furtado (diretor e/ou roteirista de – entre outros sucessos – Ilha das Flores; O Homem que Copiava; Lisbela e o Prisioneiro; Meu Tio Matou um Cara e Saneamento Básico, o Filme, disse o seguinte: “Mas nós estamos em um país com 2000 salas, onde três lançamentos com 500 cópias ocupam 3/4 das salas, então ficam sobrando 500 salas para toda a filmografia mundial, brasileira, e que mais, né? Então, conseguir espaço em uma sala de cinema para exibir o teu filme é uma briga terrível, sempre foi e está cada vez pior, eu acho. Então, esses filmes, esses 100 filmes brasileiros, é interessante fazer uma pesquisa, não sei bem de cabeça assim, mas imagino que pelo menos 80 deles não consigam nem 50 mil espectadores. A imensa maioria é vista por muito pouca gente, porque passam em umas salas alternativas, bem pouco tempo e tal”.
Sem entrar no mérito de “filme bom” ou “filme ruim”, ou “cinema comercial X cinema de arte”, o Cineclube Caiçara faz a sua parte e dá a sua contribuição na luta mencionada por Furtado: executa o belo serviço de exibir em Mangaratiba filmes que hoje frequentam apenas mostras especiais ou outros cineclubes cujas salas ficam a centenas de quilômetros de distância. Que o público, então, abrace a ideia. Motivo não falta. A programação é extensa e a curadoria muito caprichada. E tudo de graça.
PROGRAMAÇÃO EXTENSA
A estreia do Cineclube foi dia 26 de maio com apresentação do filme – não poderia ser outro – Limite, de 1931, em comemoração aos 91 anos de lançamento da obra de Mario Peixoto, patrono da FMP. As filmagens do clássico ocorreram em Mangaratiba, na Fazenda Santa Justina, pertencente a Victor de Souza Breves, parente de Mario Peixoto.
A próxima edição vai ocorrer no dia 9 de junho, com exibição do clássico de 1922, Nosferatu, um marco do expressionismo alemão. Imperdível.
Também são imperdíveis os clássicos que já estão na lista da curadoria, ainda sem data definida: A Viagem à Lua (1902) – Dir. Georges Méliès; A Noite dos Mortos Vivos (1968) – Dir. George A. Romero; O Monstro da Lagoa Negra (1954) – Dir. Jack Arnold; Metrópoles (1927) – Dir. Fritz Lang; A Noiva de Frankenstein (1935) – Dir. James Whale; O Morro dos Ventos Uivantes (1939) – Dir. William Wyler; Tempos Modernos (1936) – Dir. Charlie Chaplin; O Encouraçado Potemkin (1925) – Dir. Serguei Eisenstein; O Gabinete do Dr. Caligari (1920) – Dir. Robert Wiene; Casablanca (1942) – Dir. Michael Curtiz; Sai da Frente (1952) Nacional – Dir. Abílio Pereira de Almeida; Acabaram os Otários (1929) Nacional – Dir. Luís de Barros; O Crime dos Banhados (1914) Nacional – Dir. Francisco Santos; Vidas Secas (1963) – Dir. Nelson Pereira dos Santos; Fantasmas por acaso (1946) – Dir. Moacyr Fenelon.
SERVIÇO O Cine Caiçara tem apresentações quinzenais, sempre às quintas-feiras, no Centro Cultural Cary Cavalcanti, na Rua Fagundes Varela, 146, Centro – Mangaratiba. Entrada franca.
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