Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em fevereiro de 2024, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgou o relatório acumulado de geração de empregos formais no país, revelando um saldo positivo de 1.686.715 novos postos de trabalho. Desse total, 144.459 vagas foram criadas no estado do Rio de Janeiro, com destaque para a Baixada Fluminense, que gerou 17.859 empregos ao longo do ano.
A região, que abrange treze municípios – Mangaratiba foi incluída nesta pesquisa, apesar de pertencer à Costa Verde –, é habitada por 3.652.615 pessoas, segundo o Censo do IBGE de 2022. Os números mostram que a Baixada Fluminense tem um papel significativo na geração de empregos no estado, mas a forte dependência do setor público em municípios como Nova Iguaçu e Seropédica acende um alerta sobre a sustentabilidade econômica da região.
Duque de Caxias liderou a criação de vagas na região, com 7.854 novos postos de trabalho, seguido por Nova Iguaçu (4.811) e Seropédica (2.945). Enquanto o setor de serviços foi o principal empregador em Caxias, a administração pública foi responsável pela maioria das contratações em Nova Iguaçu e Seropédica.
Paracambi, apesar de ser o menor município da região em termos populacionais, destacou-se na geração de empregos, principalmente devido às obras realizadas pela CCR Rio-SP na Serra das Araras, que criaram mais de mil vagas na construção civil. Por outro lado, Itaguaí teve um saldo negativo de 412 empregos no mesmo setor, refletindo os desafios enfrentados pela construção civil em alguns municípios.
A concentração de empregos no setor público em cidades como Nova Iguaçu e Seropédica preocupa especialistas, que alertam para a falta de diversificação econômica na região. Uma gestão pública eficiente deve atuar como facilitadora do desenvolvimento econômico, criando um ambiente favorável para o setor privado, e não como principal fonte de empregos formais.
Outro ponto crítico é a baixa movimentação no agronegócio, que gerou apenas sete vagas em 2024, e o impacto negativo da construção civil em alguns municípios. Esse cenário demanda maiores incentivos dos governos municipal e estadual para impulsionar esses setores, que têm potencial para contribuir significativamente com a economia local.
O relatório também revelou que 59,56% das vagas foram ocupadas por homens, contra 40,44% por mulheres, evidenciando um desequilíbrio nas oportunidades entre os gêneros. Quanto à escolaridade, 89,43% dos contratados possuíam ensino médio completo, enquanto 7,53% tinham ensino médio incompleto.
A boa notícia ficou por conta dos jovens de até 24 anos, que representaram 86,09% das contratações, indicando uma tendência de inclusão dessa faixa etária no mercado de trabalho formal.
Especialistas apontam que a Baixada Fluminense necessita de políticas públicas mais eficazes para estimular a diversificação econômica e atrair investimentos privados, criando um ambiente econômico mais dinâmico e diversificado, reduzindo, assim, a dependência do setor público.
Sem estratégias que incentivem a iniciativa privada, os municípios da região permanecem vulneráveis às limitações fiscais e administrativas do setor público, o que dificulta a geração de empregos de qualidade e o crescimento sustentável.
Conteúdo produzido por Alex Vilela, ex-secretário de Planejamento e Desenvolvimentos Sustentável de Seropédica.
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